segunda-feira, agosto 16, 2021

No aniversário de Joaquim Nabuco, Fundaj reabre equipamentos*


_Muhne contará com participação do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Anúncios marcam celebração no Engenho Massangana_



A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), do Ministério da Educação (MEC), reabre seus equipamentos culturais no Recife e Região Metropolitana na quinta-feira (19). Na data, o Brasil celebra os 172 anos do nascimento do diplomata Joaquim Nabuco, patrono da Instituição sediada em Pernambuco e um dos principais intelectuais abolicionistas do Século 19. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, preside pela manhã a programação no Museu do Homem do Nordeste (Muhne). À tarde, a presidência da Fundaj anuncia projetos no Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho.


“É com imensa satisfação que alguns de nossos equipamentos voltam a funcionar presencialmente. Sabemos da importância das atividades museais. Para viabilizar este retorno, todos os protocolos serão reforçados”, celebra o presidente da Fundaj, Antônio Campos. Desde março de 2020, o Muhne suspendeu suas atividades presenciais, em decorrência dos primeiros registros de casos de coronavírus (Covid-19) no Estado. Neste tempo, o equipamento iniciou um projeto de requalificação: instalação de equipamentos de prevenção e combate a incêndios.


No local, uma caixa d’água de aproximadamente 30 mil/l foi construída, bem como a ampliação da rede hidráulica nos edifícios, salas de exposição e cinema, com sprinklers e mangotinhos. Sensores de fumaça, luzes e sinalizações de emergência também integram o projeto, que deve ser concluído até o fim de setembro, com a instalação de hidrantes no exterior do complexo. “É preciso salvaguardar a nossa história. O projeto já era previsto, mas conseguimos adiantar com o fechamento”, ressalta a coordenadora-geral do Muhne, Fernanda Cavalcanti.


Na ocasião, o ministro da Educação confere em primeira mão a mostra “389 dias de Solidão”, na sala de abertura do edifício Gil Maranhão. A exposição reflete os desafios dos museus diante da pandemia. “A gente espera o público e o atual cenário o afastou dos espaços de visitação. A nossa instalação museológica problematiza esta ausência a partir de intervenções em reproduções de obras de renomados artistas, espalhadas em museus pelo mundo, e também da arte popular”, comenta o coordenador de Museologia, Albino Oliveira.


Outra reabertura figura entre as novidades deste dia: a do Espaço Janete Costa Arte e Cultura. Dedicado aos artesãos e artistas populares, a loja do Muhne ocupa o hall principal do equipamento e conta com peças que podem ser adquiridas pelo público a preços acessíveis. Neste ano, o Espaço já publicou seu edital de seleção de artistas e artesãos para ocupar a galeria comercial. Mais informações disponíveis no site www.fundaj.gov.br. As inscrições seguem até o dia 1º de abril de 2022.


A programação contará, ainda, com o lançamento do livro “Museu do Homem do Nordeste em 40 peças” (Editora Massangana, 2021), organizado pelos museólogos Henrique Cruz e Marília Bivar, e da exposição “Três Ceramistas”, na Sala Valdemar de Oliveira. O título que resgata a história do equipamento, a partir de peças expostas. Em 2019, o Muhne completou seus primeiros 40 anos peças. Já a montagem apresenta os trabalhos da designer Gisela Abad, do advogado Saulo Dubourcq e do cirurgião dentista Sergio Bandeira, em diálogo com o projeto Museu de Vizinhança.


Na parte da tarde, os anúncios ocorrem no Engenho Massangana, no Cabo de Santo Agostinho. No local, onde Nabuco viveu até os oito anos de idade, a Fundaj instalará uma usina fotovoltaica, destinada à captação e produção de energia solar. A iniciativa será realizada em caráter piloto e integra o Projeto Fundaj Sustentável. “O objetivo é atender inicialmente as demandas energéticas do Engenho, mas pretendemos expandir para atender a necessidade de toda a Instituição”, explica o diretor de Planejamento e Administração (Diplad), Allan Araújo.


A Fundaj encerra a programação de aniversário com o anúncio da segunda edição do Prêmio Delmiro Gouveia de Economia Criativa. Em 2020, o edital destinado aos nove estados do Nordeste destinou R$ 900 mil de orçamento da Instituição Federal e contemplou 90 projetos. Desta vez, o certame organizado pela Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) deverá abranger quatro categorias.


Jornada

O dia 19 marca também a celebração do Dia da Fotografia. Por conta da data, a Fundaj, por meio do seu Centro de Documentação e Estudos da História Brasileira (Cehibra), promove a I Jornada Fotografias e Coleções. A iniciativa contará com quatro mesas de debate, convidados especiais e transmissão no canal da Fundaj, no YouTube, entre as 10h e as 17h30. Entre os pontos destacados no evento está a relação entre Nabuco e as fotografias. “Joaquim Nabuco gostava de ser fotografado, frequentava estúdios de fotografia tanto no Brasil quanto no exterior. Percebemos que registros de família e de sua vida pública são assinados por grandes e conhecidos fotógrafos das casas mais importantes de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Recife”, aponta a coordenadora do Cehibra, Betty Lacerda.


Palestras

Os pesquisadores Carlos Augusto Santa Anna Guimarães e Joanildo Albuquerque Burity irão participar de lives sobre a obra de Nabuco, a partir das 18h. Guimarães vai falar sobre “Nabuco, religião e política: quase-republicanismo?” e Burity vai convidar o público a refletir sobre “Resquícios da escravidão na contemporaneidade brasileira: desigualdades raciais e políticas públicas”.


Para encerrar a programação do dia 19 de agosto, o canal da Fundaj no YouTube transmite a palestra “O que Nabuco pensaria do Brasil de hoje?”, proferida pelo Acadêmico da Academia Brasileira de Letras, Joaquim Falcão, com mediação do diretor da Dimeca, Mario Helio. O evento virtual será a partir das 19h30.


 Thaís Mendonça, Jornalista colaboradora do Blog do Ezequias Martins em Recife Pernambuco.

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