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Em agenda organizada em Brasília, o candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) e o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), que tenta a reeleição, foram à Feira de Ceilândia nesta quinta-feira (23/8). O evento começou ao meio-dia, na Avenida Hélio Prates, e contou com centenas de militantes, além das candidatas pelo PSB Leila do Vôlei (Senado) e Maria Abadia (Câmara dos Deputados).
Ainda que os partidos dos dois candidatos não tenham se alinhado nacionalmente, Rollemberg sempre defendeu apoio ao pedetista, que se esforçou muito para ter a aliança formal dos socilaistas nacionalmente. Em um movimento, porém, o PT conseguiu barrar a aproximação e ainda obteve apoio da maioria dos diretórios do Nordeste, onde Ciro tem se esforçado para crescer.
Não por acaso, o ponto escolhido para a visita foi o mais tradicional reduto nordestino do Distrito Federal. Rollemberg e Ciro dançaram forró pé de serra e almoçaram galinhada, prato típico da região. "Vejo o povo brasileiro muito machucado. Somos uma nação com quase 14 milhões de desempregados. Precisamos mudar esse cenário. O povo quer mudança", disse Ciro.
A força do Nordeste
O Nordeste representa quase 40 milhões de votos, segundo levantamento do IBGE. As últimas pesquisas apontam que 10 milhões de eleitores não saberiam o que fazer com a ausência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições. Dessa maneira, abre-se uma representativa lacuna que deverá ser preenchida pelos demais candidatos. O apoio dos nordestinos é tão representativo que Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Fernando Haddad (PT), organizaram eventos na região durante esta semana.
Ceilândia é a cidade do Distrito Federal com mais nordestinos, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). "Essa visita é natural, porque Ceilândia é a maior cidade satélite daqui, com grande incidência de pernambucanos e cearenses, um público muito fiel à candidatura do Ciro", analisa o professor emérito de ciências políticas da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer.
O especialista acredita que o corpo a corpo na Ceilândia pode fazer com que os moradores do DF influenciem os parentes que ficaram no Nordeste. "É uma estratégia que pode dar resultados", completou. Para o deputado distrital Reginaldo Veras (PDT-DF) "o início de campanha ser em Ceilândia é algo simbólico", pois também acredita que os moradores de região têm "grande vínculo com a família" e isso, sem dúvida, "pode trazer votos" do Nordeste.
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