(Foto:
Agência Brasil)
Um terço do
novo Congresso é acusado de crimes como corrupção, lavagem, assédio
sexual e estelionato ou é réu em ações por improbidade
administrativa com dano ao erário ou enriquecimento ilícito. No total, são
160 deputados e 38 senadores. O levantamento feito pelo jornal O Estado
de S. Paulo envolve casos em andamento nos Tribunais de Justiça dos
Estados, na Justiça Federal, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo
Tribunal Federal.
Entre os
alvos estão nomes conhecidos como os atuais senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR) e
Aécio Neves (PSDB-MG). Presidente do PT, Gleisi é alvo na Lava Jato enquanto
Aécio, ex-presidente do PSDB, é réu por corrupção na delação da J&F. Ambos
conquistaram uma cadeira na Câmara. Aécio diz que “provará na Justiça que foi
alvo de uma ação premeditada por criminosos confessos de mais de 200 crimes”.
Gleisi não quis se manifestar.
Além de
tucanos e petistas, há ainda integrantes do PSL, o partido do presidente eleito,
Jair Bolsonaro, e de outras 21 legendas – apenas seis partidos não elegeram
pessoas investigadas ou acusadas na Justiça. Ao todo, os parlamentares
respondem a 540 acusações (379 contra deputados e 161 contra
senadores), das quais 334 são por improbidade – 263 de deputados e 71 casos
envolvendo senadores. Entre os crimes, as acusações mais comuns são as de
lavagem de dinheiro (34), corrupção (29) e crimes eleitorais (16).
O partido
com maior numero de envolvidos é o PT. Trinta de seus 62 eleitos são investigados
ou réus. A ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins é uma das
recordistas. Ela é alvo de processos por improbidade na Justiça do Ceará e
no STJ. Sua defesa alega inocência. Proporcionalmente, o MDB é quem tem mais
parlamentares enredados com a Justiça. São 16 deputados e oito senadores ou 52%
da bancada no Congresso ante 48% do PT. Entre os atingidos está o líder do
partido, o deputado Baleia Rossi (SP), alvo de uma ação por improbidade
administrativa. Sua assessoria não respondeu.
O PSL de
Bolsonaro já chega no parlamento com sete deputados ou 12,5% dos 56
congressistas eleitos na mira da Justiça – um oitavo deputado, Luciano Bivar teve reconhecida
pela Justiça a prescrição do crime ambiental de que era acusado no dia 16, uma
semana após o pleito. Procurado, não se manifestou. O levantamento do Estadonão
levou em consideração ações de danos morais e execuções fiscais, o que
aumentaria os processados para 40% do Congresso.
Além da
improbidade (um só deputado, Carlos Henrique Gaguim, do DEM-TO, responde a 153
ações), da corrupção, de crimes eleitorais e da lavagem de dinheiro, outras 31
condutas são imputadas aos parlamentares. As mais comuns são de formação de
quadrilha (12), peculato (12), fraudes em licitação (10), falsidade ideológica
(8) e crimes ambientais (6). Mas também foram identificados congressistas que
respondem por crimes contra a ordem tributária, calúnia, homicídio, assédio
sexual e delitos da Lei Maria da Penha.
Com o maior
número de parlamentares, São Paulo é o Estado com mais alvos da Justiça. São 32
dos 73 deputados e senadores, ou 43,8% dos representantes paulistas. Amazonas
(63,6%) e Alagoas (58,3%) têm, proporcionalmente, a maior quantidade de
representantes com problemas. Segundo Estado com mais congressistas (56), Minas
tem dez investigados. O Rio tem 14 de seus 49 parlamentares nessa situação. O
Rio Grande do Norte é o único Estado que não elegeu acusados.
Siglas
Para o MDB,
o fato de um candidato ser ou não réu não impede a candidatura. “O MDB defende
o amplo direito à defesa de seus filiados e não antecipa julgamentos”. DEM e
PSD informaram que as candidaturas são definidas com autonomia pelas instâncias
partidárias. O DEM informou que “segue com rigor as determinações da Justiça
para compor seu quadro de candidatos”. “O partido recomenda que os nomes a
serem apresentados sejam ficha limpa”. O PSDB informou esperar que cada
parlamentar faça sua defesa. A DC destacou que seu deputado não é condenado.
PR, SD, PT, PP, PRB, PSC, PCdoB, PSB, Podemos, PTB, PPS, PROS, Avante, Patriota
e PRP não responderam. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
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