O
falecimento de João Francisco dos Santos (1936-2012) faz seis anos, nesta
terça-feira, 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. Amigo fraterno,
João deixou uma imensa saudade.
Ele nasceu em São Luís, no dia 2 de junho de 1936. Filho de uma empregada
doméstica e de um pai que trabalhava na fiscalização de embarcações, ainda
adolescente, descobriu a efervescência de repensar o social na Juventude
Operária Católica (JOC), aprofundou sua militância na Aliança Estudantil,
Operária e Camponesa e foi um dos criadores das Ligas Camponesas.
Com a herança de antepassados que trabalharam a gleba como agricultores, e
seduzido pelo amor da terra, pelo amor do campo, João Francisco acabou se
transformando no organizador dos primeiros sindicatos maranhenses do meio
rural.
Ativista político, que atuou em grandes lutas populares ao lado de figuras como
Maria Aragão, William Moreira Lima, Neiva Moreira, Jackson Lago, Abdias do
Nascimento e Leonel Brizola, dentre outras lideranças, João Francisco também
participou da fundação das Comunidades de Base, e depois do Centro de Cultura
Negra e do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Maranhão.
Na tenra idade, João Francisco revelou a consciência de ser descendente da alma
africana, com os códigos genéticos do amor à terra, à arte e à liberdade. Viveu
como um homem de seu tempo. Criou com honradez suas três filhas, em meio a uma
tumultuada militância em diversos movimentos sociais.
A trajetória desse valoroso maranhense é uma lição de vida, que ganhou registro
em livro de minha autoria, publicado no ano de 2005, por ocasião das
celebrações alusivas aos 117 anos da Abolição da Escravatura no Brasil.
Em janeiro de 2007, João Francisco dos Santos foi nomeado pelo governador
Jackson Lago para assumir a recém-criada Secretaria de Estado Extraordinária da
Igualdade Racial. Em 2012, exatamente no dia 20 de novembro, data da morte de
Zumbi dos Palmares, João faleceu em São Luís.
Texto e foto
do Facebook do conceituado Jornalista Manoel Neto.
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