segunda-feira, janeiro 24, 2022

ENERGIA ELÉTRICA, COVID E EDUCAÇÃO



 A falta de chuvas, em determinadas áreas no Brasil, fez baixar níveis de água nos reservatórios de importantes hidrelétricas brasileiras. Com isso, as autoridades federais, para evitar racionamentos e apagões, optaram por importar energia muito cara e colocar para funcionar termoelétricas a carvão e outros tipos de energia fósseis que levaram a um brutal encarecimento da energia elétrica – o que está criando problemas imensos para a metade da população brasileira. E o pior, mesmo com os reservatórios cheios, a conta de energia muita cara vai continuar a ser cobrada ainda por muitos anos.

Hoje o quadro é o seguinte: para os que ganham até 5 salários mínimos (R$ 6.060,00), a metade do orçamento foi comprometido com o pagamento de água e luz. Quatro em dez brasileiros deixaram de comprar roupas, sapatos, eletrodomésticos para poderem pagar a luz. No Nordeste e no Centro Oeste foi pior, onde um em cada quatro habitantes teve que postergar o pagamento para ir ao supermercado e onde os preços também subiram, pressionados pela energia. E ainda há um passivo de R$ 140 bilhões a ser repassado aos consumidores. Portanto, a conta vai continuar alta ainda por algum tempo.

Outro problema sério foi o fechamento das escolas públicas com a pandemia. O Brasil perdeu um ano e meio em Educação, o que terá sérias consequências, pois aumentará a desigualdade social. Nas escolas privadas, com o acesso dos alunos à internet, a perda foi muito menor. Os alunos da rede pública, em grande maioria, não têm acesso a smartphones, tabletes, ou mesmo à internet. E, com isso, passaram todo esse tempo desligados dos estudos, em sua maioria. Contrariando o que os países mais avançados fizeram, dando prioridade às escolas, que hoje são servidas com redes de internet 5G, as nossas em sua maioria não têm internet.

É preciso, nós que estamos atrasados, verificar com atenção um grande problema que vai acontecer. Se nestas escolas, por um passe de mágica tivermos a 5G, os alunos pobres estarão excluídos. Sim, como eles comprarão os caríssimos telefones ou tabletes que lhes possibilitará esse acesso fundamental para sua educação?

É bom os governos começarem a se preocupar com isso. Ou a tragédia da desigualdade social vai dificultar o crescimento econômico de toda a população. Lula tem dito que “é preciso colocar os pobres no Orçamento”. Seria bom que todos os candidatos se preocupassem com isso.    

E devemos também nos preocupar com a gestão das escolas. Preparando os professores, ou não, para serem gestores, bons gestores. Está provado que isso melhora muito as escolas que precisam ser cobradas pelo nível de aprendizado dos alunos.

Artigo escrito pelo ex-governador José Reinaldo Tavares. 

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