segunda-feira, março 05, 2018

PSB rejeita Alckmin e quer apoiar candidato de esquerda


Congresso da legenda tem objetivo de promover 'reencontro' com a esquerda; vice do tucano, Márcio França muda o tom sobre apoio ao governador paulista

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, durante o Congresso Nacional do partido, em Brasília (Humberto Pradera /PSB/Divulgação)
Em um “reencontro” com as suas origens de esquerda, o PSB aprovou nesta sexta-feira uma resolução nacional que impede o apoio do partido a candidatos que não sejam desse segmento ideológico. Em congresso, os socialistas reforçaram a tendência de não lançar candidato próprio, mas rejeitaram uma aliança com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

A restrição ao tucano se deve à pressão da base popular do partido, que quer a legenda definitivamente de volta para o campo de esquerda. Dos 1.200 delegados no congresso da sigla, 690 são ligados aos segmentos sociais. “Chance de apoiar Alckmin é praticamente zero”, resumiu o deputado Bebeto Galvão (PSB-BA).

O principal defensor da tese era o vice do tucano, Márcio França, que via na aliança uma possibilidade de ter o PSDB ao seu lado para disputar a reeleição. Como o apoio recíproco se tornou praticamente impossível – pela decisão tucana de ter um candidato próprio, provavelmente o prefeito João Doria –, o próprio França mostrou estar desistindo da ideia. “Não sou eu quem não vai dar palanque para Alckmin, ele que estará no [palanque] do Doria”, afirmou.

Nos bastidores, a candidatura do vice em São Paulo é uma das prioridades do partido, ao lado de outras nove candidaturas estaduais e da eleição de deputados federais. Para isso, é possível ainda que o PSB apenas não se coligue com nenhum candidato e libere os estados para fazer seus arranjos de preferência.

Márcio França conversa com o Podemos, que tem o senador e ex-tucano Alvaro Dias (PR) como pré-candidato ao Planalto. Nos bastidores, o vereador paulistano Mário Covas Neto, que também deixou o PSDB, é cogitado para se filiar ao partido de Alvaro e integrar a chapa socialista como candidato a vice-governador ou ao Senado. Em troca, França se distanciaria de Alckmin e abriria espaço para o senador em seu palanque.



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