Congresso da legenda tem objetivo de promover 'reencontro' com a esquerda; vice do tucano, Márcio França muda o tom sobre apoio ao governador paulista
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, durante o Congresso Nacional do partido, em Brasília (Humberto Pradera /PSB/Divulgação) |
Em um
“reencontro” com as suas origens de esquerda, o PSB aprovou
nesta sexta-feira uma resolução nacional que impede o apoio do partido a
candidatos que não sejam desse segmento ideológico. Em congresso, os
socialistas reforçaram a tendência de não lançar candidato próprio, mas
rejeitaram uma aliança com o governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB).
A restrição
ao tucano se deve à pressão da base popular do partido, que quer a legenda
definitivamente de volta para o campo de esquerda. Dos 1.200 delegados no
congresso da sigla, 690 são ligados aos segmentos sociais. “Chance de apoiar
Alckmin é praticamente zero”, resumiu o deputado Bebeto Galvão (PSB-BA).
O principal
defensor da tese era o vice do tucano, Márcio França,
que via na aliança uma possibilidade de ter o PSDB ao
seu lado para disputar a reeleição. Como o apoio recíproco se tornou
praticamente impossível – pela decisão tucana de ter um candidato próprio,
provavelmente o prefeito João Doria –, o próprio França mostrou estar
desistindo da ideia. “Não sou eu quem não vai dar palanque para Alckmin, ele
que estará no [palanque] do Doria”, afirmou.
Nos bastidores,
a candidatura do vice em São Paulo é uma das prioridades do partido, ao lado de
outras nove candidaturas estaduais e da eleição de deputados federais. Para
isso, é possível ainda que o PSB apenas não se coligue com nenhum candidato e
libere os estados para fazer seus arranjos de preferência.
Márcio
França conversa com o Podemos, que tem o senador e ex-tucano Alvaro Dias (PR)
como pré-candidato ao Planalto. Nos bastidores, o vereador paulistano Mário
Covas Neto, que também deixou o PSDB, é cogitado para se filiar ao partido de
Alvaro e integrar a chapa socialista como candidato a vice-governador ou ao
Senado. Em troca, França se distanciaria de Alckmin e abriria espaço para o
senador em seu palanque.
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