terça-feira, dezembro 21, 2021

UM PROJETO SOB MEDIDA PARA O MARANHÃO

 


Há 15 dias atrás, recebi uma mensagem de Paulo Matos perguntando se poderia receber Jayme Monjardim Matarazzo, uma pessoa muito bem relacionada, diretor de várias novelas de muito sucesso e minisséries na Globo, inclusive uma nova minissérie, que estreará dia 20, sobre um fato histórico muito importante chamada Passaporte para a Liberdade, seu novo trabalho para a Globo. Eu não sabia o motivo da visita, mas concordei e no domingo a tarde, dia 28 de novembro recebi Jayme Monjardim, acompanhado de Paulo Matos e de um senhora muito simpática, a maranhense Nélia Rodrigues, moradora do povoado Santa Eulália de Palmeirândia, uma líder comunitária muito experiente. Ela está ajudando Monjardim a conceber e executar o importante projeto que ele queria me mostrar, que ainda não havia encontrado o projeto que permitiria, apoiado em suas características, apoiar o desenvolvimento econômico e social da vasta região. E muito importante, adaptado ao meio ambiente da região. Monjardim se cercou de todo cuidado, homem experiente e vitorioso que é. Foi buscar embasamento técnico na Embrapa e em experientes consultores e o empreendimento permite até obter créditos no mercado de carbono. Eu fiquei amplamente convencido que além de bem alicerçado tecnicamente, esse não era um projeto apenas industrial como tantos outros. Tinha, por trás, uma sólida visão ambiental e social além da viabilidade econômica do projeto.

Fiquei muito impressionado com o relato e achei que esse projeto poderia ajudar muito o desenvolvimento econômico e social de uma região muito pobre e poderia ser muito valioso para outras regiões do estado, cobertas de babaçuais.

Embora ele não estivesse pedindo nenhum tipo de ajuda, pois tem tudo o que precisa para realiza-lo, eu falei que precisava mostrar a auditório qualificado e sugeri que fizesse uma exposição na FIEMA, ao Grupo Pensar o Maranhão, que está desenvolvendo estudos muito importantes para nosso desenvolvimento econômico e social. Ele concordou e então falei com Fernando Renner, coordenador do grupo da FIEMA, e a palestra concorrida aconteceu no dia 13 passado. Renner conhece muito a questão do babaçu que caminhava rapidamente par a estagnação. A própria FIEMA começou com a indústria do Babaçu.

Essa reunião e o debate que seguiu, despertou o interesse de todos e o desejo de apoiar, no que for necessário.

Monjardim integra a WOGI, organização internacional da “indústria do bem” que conecta pessoas de diversos segmentos para fomentar e gerar transformação social, por isso um projeto amparado globalmente por uma nova visão empresarial, o que ajudará a comercializar seus produtos no mundo. Portanto já nasce vitorioso ao dispor de conexões tão importantes globalmente. E Monjardim é um homem de comunicação, de uma família que ajudou São Paulo a ser o que é, acostumado a grandes projetos que goza de prestígio pessoal em áreas muito influentes.

O projeto de que tratamos tem como objetivo o uso do babaçu em alimentação orgânica no interior do Maranhão. Ele conhece a Nélia há muitos anos que é dona de uma personalidade exuberante e que o projeto de uma fazenda sustentável com investimentos em pesquisa e apoio tecnológico, explorando áreas nativas em Palmeirândia onde vive, atendia plenamente o que a WOGI preconizava. Ele visitou a região e ficou deslumbrado com a beleza do lugar e juntou ao projeto a ideia de hotéis ecológicos, fomentando um turismo da natureza, tão importante como Barreirinhas. Ele acha a beleza da Baixada, com seus lagos, mais bonito e promissor para o turismo do que o Pantanal, consagrado internacionalmente. E ficou fã da culinária local. Ele falou para o Blog Maranhão Hoje que “O Maranhão foi uma surpresa para mim. Eu sempre tinha uma imagem do Maranhão pelos Lençois, no tempo que fiz a novela O Clone. E não tive a oportunidade de ver as demais regiões e conhecer o babaçu. A gente tem que reconhecer que o mundo mudou. Ao conhecer o babaçu e a pandemia fez com que algumas coisas se adiantassem, novas formas de pensar o próximo fez com que a gente tivesse um estilo diferente de olhar. Entrei em um processo que posso mudar as coisas. Essa relação com o social e poder fazer algo diferente me movimenta. Estou montando essa indústria do bem e outros projetos que trabalham nessa linha”, disse. Nélia que conhece bem o babaçu, dominante em sua região, afirma com sua experiência, que se pode tirar tudo do babaçu. Um projeto capaz de mudar totalmente a vida das quebradeiras de coco, com equipamentos modernos serrando o coco e dividindo-o.

Ou seja, a ideia é aproveitar tudo na palmeira do babaçu. Produzindo todo o time de alimentos, leite e seus derivados, creme de leite, iogurtes, farinhas, rações, uma variedade enorme de produtos. E muitos outros tirados da palha, da casca do coco, do tronco. Mercado garantido no mundo, Israel não consome produtos animais, é consumidor de todos esses produtos, por exemplo.

Sustentabilidade e carbono zero são os nortes do projeto. Ou seja, criar riqueza através do babaçu, com um novo enfoque universal atento às mudanças e transformações no mundo. Alimentos e energia terão demanda sempre crescente, garantido, e o Brasil tem condições incomparáveis para produzir esses produtos, alimentando o mundo que, com o aumento populacional e a melhoria da renda universal, serão vorazes consumidores. Alimentos veganos são consumidos em todo o mundo, por exemplo, e assim mercado não faltará. Gado carbono zero, leite carbono zero, etc. com a vantagem de produzir os doze meses do ano e a palmeira se renova em 7 anos.

Nesse momento estão sendo identificadas todas as palmeiras para produzir o superalimento que está chegando. E carvão também para uso industrial.

Já existe uma empresa a QVida, que vai produzir toda a alimentação a base do babaçu. Isso tudo em uma região com grandes problemas sociais e econômicos. E que não existem empregos para os jovens, homens ou mulheres. Homens geralmente vão tentar a sorte no Garimpo, as meninas engravidam com 13 a 14 anos, largam a escola para criar as filhas e os problemas se perpetuam.

Essa é a grande oportunidade de mudar tudo, babaçu e turismo ecológico, com almoço nas fazendas, trabalho para os canoeiros, venda de artesanato, lembranças e muito mais.

Seja bem-vindo Jayme Monjardim. Adote a Baixada, será muito bom para todos. Conte com nosso apoio.

E não deixe de assistir à minissérie Passaporte para a Liberdade, com a história de Aracy, funcionária do consulado brasileiro na Alemanha de Hitler, mulher de Guimarães Rosa, que ajudou a salvar judeus do extermínio nazista. Uma página bonita de nossa história. Ela foi chamada de “O anjo de Hamburgo”.


Texto escrito por José Reinaldo Tavares.

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