Eleições no país servem como exemplo de quando a manipulação de mídia dá errado
A ascensão
do conservadorismo parece ser inegável nas Américas. Após a vitória de Donald
Trump nos EUA, ficou evidente que as tentativas de manipulação da mídia dão
cada vez menos resultados em tempos de rede social.
O candidato
Fabricio Alvarado, do novo Partido de Renovação Nacional (PRN), é um jornalista
de carreira consagrada e também cantor gospel. Ele era o único deputado federal
do PRN e tinha cerca de 3% das intenções de voto para presidente nas pesquisas
até duas semanas atrás. Eram 13 candidatos, incluindo os representantes dos
dois partidos que se alternaram no poder no último século.
Ao longo de
toda a campanha foi chamado de “radical”, “extrema direita”, “homofóbico” e
outros adjetivos similares, na tentativa de associar a ele uma imagem negativa.
O motivo foi sua postura abertamente evangélica, sem ceder ao discurso
politicamente correto e se manter firme na oposição à legalização do casamento
gay e do aborto, proposto pelo Partido da Ação Cidadã (PAC) que atualmente
ocupa o poder no país.
Essa é uma
das promessas de Carlos Alvarado, ex-ministro do Trabalho e candidato da
situação. Mas parece que toda a campanha midiática deu errado.
O primeiro
turno da eleição foi neste domingo (4) e abertas quase a totalidade das urnas,
o deputado evangélico teve 24,78% dos votos, contra 21,74% do ex-ministro
governista.
Para os
debates do segundo turno, o mesmo sobrenome é a única coisa que os dois têm em
comum. Os costa-riquenhos voltam às urnas em no dia 1º de abril e analistas
acreditam que será um verdadeiro referendo no país, para mostrar se querem ou
não, abraçar o liberalismo ideológico.
Fabricio
Alvarado, 43 anos, poderá ser o primeiro presidente evangélico da história do
país e surge como favorito apesar da maciça campanha contrária a ele promovida
pela mídia. Guardadas as proporções, seu caso se assemelha ao de Trump, uma vez
que os institutos de pesquisa não reconheciam sua popularidade, que revelava o
pensamento conservador da maioria dos costa-riquenhos.
A grande
questão dessa eleição foi o reconhecimento (ou não) do casamento gay, mas essa
não é única proposta de Fabrício. Seu lema de campanha foi a defesa da família
e a promoção de “princípios e valores” como base da sociedade, mas também
falava sobre o combate à corrupção.
“Sem
dúvidas, a religião ajudou a impulsionar Fabricio Alvarado e isto se acentuou
com veemência a partir da resolução da Corte”, afirmou às agências o analista
político Jorge Vega.
Ele se
refere à decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (IDH), que, em
janeiro, que requereu
dos seus países signatários da entidade – incluindo o Brasil – que reconheçam o
casamento gay e direitos plenos aos casais de pessoas do mesmo sexo.
Também recomendou que seja permitida a mudança de identidade sexual nos
registros civis e a garantia da livre propagação da “ideologia de gênero”.
Com uma
população de cerca de 30% de evangélicos, Fabrício teve o apoio de muitos
líderes católicos que entenderam a necessidade de união por uma “causa comum”.
Gerando assim o que os analistas chamam de “choque religioso” na campanha, que
parece ter despertado a sociedade para uma ameaça até então silenciosa, presente
nos programas educacionais do país, através de material escolar com
ampla defesa de valores anticristãos.
Quando os
resultados extra-oficiais foram divulgados, no seu primeiro pronunciamento Fabricio Alvarado disse
que “antes de tudo, quero agradecer a Deus”. Afirmou ainda que “A Costa Rica
não quer mais do mesmo. Esta é a resposta das pessoas que ficaram muito tempo
em silêncio”.
Em seus
discursos vinha dizendo que “esta não é uma campanha política, mas um movimento
do povo”. Para ele, o voto dos conservadores cristãos é “um grito em prol dos
valores, um grito de esperança em um futuro”.
Do Gospel Prime. Com informações Evangelical Focus
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