No Brasil,
79 de cada 100 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de mama por ano. Ele
é três vezes mais comum do que os de cólon e reto e é 11 vezes mais frequente
do que os linfomas. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que 57.960
mulheres serão acometidas pela doença no ano de 2017. O chamado Outubro Rosa é
um movimento internacional e popular para conscientização e detecção precoce do
câncer de mama. A Lupa se juntou à campanha e monitorou frases sobre o assunto
postadas no Twitter nos últimos dias. Em parceria com o Hospital Albert
Einstein, verificou o que é verdade e o que é mentira.
“Perguntei
para a minha avó se eu podia pôr piercing no seio, e ela respondeu: quer ganhar
um câncer de mama?”
FALSO
Não existe
relação entre câncer de mama e piercing. O que pode ocorrer é uma inflamação
local e até uma infecção, mas nunca o surgimento de um tumor. As próteses de
silicone também não aumentam o risco de câncer. Pesquisadores em Los Angeles,
na Califórnia, acompanharam 3.182 mulheres com implantes mamários por mais de
14 anos e mostraram que essas pacientes não apresentaram diferença na
incidência da neoplasia. Portanto, os implantes mamários podem ser utilizados
com segurança tanto em pacientes que desejam cirurgia estética, quanto naquelas
com história pregressa de doença mamária.
Tamanho da
mama
“O tamanho
do seio influencia na probabilidade de ter câncer de mama.”
FALSO
O tamanho da
mama não é considerado um fator de risco para o surgimento do câncer. É comum
também uma mama ser um pouco maior do que a outra. Estatisticamente, sabe-se
que a mama esquerda é um pouco maior, sem que isso acarrete um aumento da
probabilidade de se desenvolver alguma doença. No entanto, a obesidade, que
normalmente está relacionada a um número de sutiã grande, é, sim, um fator de
risco para o desenvolvimento de tumores.
Acidentes
“Minha tia
caiu da escada, bateu o seio e teve câncer de mama.”
FALSO
Um trauma
mamário não tem a capacidade de causar câncer de mama, por mais intenso que
seja. O que acontece, na maioria das vezes, é que o trauma leva à preocupação
com as mamas – o que faz a paciente realizar exames de rastreamento que podem
detectar alguma lesão que já estava presente antes.
Sexo oral
“Praticar
sexo oral e engolir sêmen duas vezes por semana reduz o risco de câncer de
mama.”
FALSO
Não há
nenhum estudo que correlacione essa prática com a diminuição do risco de câncer
de mama. Os fatores comportamentais que podem reduzir o risco de câncer de mama
são controle do peso, alimentação saudável e consumo moderado de bebidas
alcoólicas. No tocante às atividades físicas, a Sociedade Brasileira de
Mastologia (SBM) reforça a importância da prática regular, independentemente de
peso e idade. A caminhada, por exemplo, é recomendada a qualquer mulher – além
de ser uma atividade fácil e não ter custo. O conjunto dessas ações contribui
para reduzir em até 28% o risco de se desenvolver a neoplasia.
Aleitamento
materno
“Para cada
12 meses de amamentação, a mãe reduz 4,3% o risco de desenvolver câncer de
mama.”
VERDADEIRO
Os
benefícios da amamentação têm sido reportados em muitas pesquisas. Uma grande
análise agrupada de 47 estudos estimou que, para cada 12 meses de amamentação,
existe 4,3% de redução do risco para o surgimento do câncer de mama. O efeito
protetor da amamentação é devido ao atraso no restabelecimento dos ciclos
ovulatórios. Quanto mais jovem for a mãe no período da amamentação, maior será
o benefício.
*As
respostas foram elaboradas pelo mastologista Antônio Luiz Frasson, Prof.
Adjunto Doutor – PUCRS e Titular no Núcleo de Mama do Centro de Oncologia do
Hospital Albert Einstein (SP).
Nenhum comentário:
Postar um comentário