Rafael Leitoa: um defensor do trabalhismo e do nacionalismo ginuino de Brizola. |
Brizola: um dos brasileiros mais nacionalistas que já vi, ladeado por sua esposa Dona Neuza, e por Beth Carvalho, em campanha no Rio de Janeiro. |
O deputado
estadual Rafael Leitoa, PDT, usou as redes sociais para homenagear Beth
Carvalho, a Rainha do samba, a voz do trabalhismo, que falecera nesta terça-feira,
30 de abril.
Só um
pedetista de raiz e vocação como Rafael Leitoa faria uma homenagem tão precisa
aquela que nunca separou o palco do palanque, que veio a se tornar um dos maiores
símbolos do mundo artístico da resistência ao Regime Militar embrulhada
literalmente com as cores do PDT.
Esse vídeo
postado em seu Instagram de um dos memoráveis momentos de Beth Carvalho com
Brizola dispensa legenda e comentários.
Leia um
pouco da história de Beth Carvalho.
Beth Carvalho, a grande artista brasileira,
nunca separou o palco do palanque. Filha de um advogado perseguido pela
ditadura era presença certa nos comícios de Primeiro de Maio.
Estreou em
1979, em apoio à greve dos metalúrgicos do ABC. Dois anos depois, estava no
show do Riocentro que a linha dura tentou explodir. “O samba é mais de
esquerda, é o povo”, justificou, numa entrevista recente.
A cantora
ajudou a embalar a campanha das Diretas. Transformou “Virada”, de Noca da
Portela, em hino contra os militares: “Vamos lá, rapaziada / Tá na hora da
virada / Vamos dar o troco”. A emenda não passou, mas Tancredo Neves se curvou
para beijar sua mão.
Beth
admirava Getulio, Jango e Prestes. Mas sua grande paixão na política foi Leonel
Brizola. De lenço vermelho no pescoço, ela apoiou todas as candidaturas do
líder trabalhista. Virou presidente de honra do PDT.
Em 2000,
quando Brizola contrariou aliados e insistiu em disputar a prefeitura do Rio, a
cantora voltou a pedir votos na TV. O velho caudilho amargou um quarto lugar,
mas foi presenteado com o melhor jingle da campanha: “Faz um 12 aí!”.
Tempos
depois, Beth seria a estrela do velório do ex-governador. O então presidente
Lula também apareceu, mas foi vaiado. Os brizolistas cantaram o samba “Vou
Festejar”, imortalizado na voz da madrinha: “Você pagou com traição a quem
sempre lhe deu a mão...”.
Nos últimos
tempos, Beth se reaproximou do PT. Em 2016, gravou o “Samba da Democracia”
contra o impeachment de Dilma Rousseff. No ano passado, participou de um show a
favor da libertação de Lula, em Curitiba. Foi seu último Primeiro de Maio.
A cantora
também era fã da Revolução Cubana. Idolatrava Che Guevara e gostava de lembrar
um encontro com Fidel, na época do lançamento do real. Ele examinou uma cédula
e reclamou da efígie da República, branca e de nariz grego. “O país de vocês
não é miscigenado? Então essa nota é racista”, decretou.
No fim da
conversa, o comandante pediu que Beth autografasse o dinheiro. “Foi o meu
troféu maior!”, ela se desmanchou, em depoimento a Tárik de Souza.
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