A cidade de Santa Inês continua perplexa com três mortes por suicídios em menos de duas semanas, sendo que dois casos foram registrados em um único dia deste mês de setembro. Enquanto isso…
…segue o mês Setembro Amarelo, período em que desde o ano passado são discutidas ações que até agora nunca saíram do papel ou da boa vontade dos que pretendem se engajar na luta pela valorização da vida.
Amarildo, maqueiro do setor de ortopedia do Hospital Macrorregional de Santa Inês e vigia do Colégio Inês Galvão cometeu suicídio no dia 2 deste, dentro da própria escola. Já no dia 14, uma mulher conhecida por Ana, foi encontrada morta por enforcamento dentro de um bar, no bairro Canecão. No mesmo dia, Messias, mais conhecido por irmão, também se enforcou. E os números não param.
Neste mês já tivemos várias manifestações, envolvendo instituições representativas da sociedade, como Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Ministério Público, OAB, CRM e outras, para discutirem sobre o alarmante e crescente números de suicídios no Maranhão.
Ate aqui tudo bem, tudo bacana. Mas o problema, insisto, não tem sido encarado como deveria. Estudiosos estão carecas de apontar como um dos caminhos que levam ao óbito, a depressão. A doença aqui, salvo engano, só é tratada em clínicas os consultórios particulares, que custam caros.
Aqui nunca foi inaugurado sequer um Centro de Valorização da Vida, que existem em vários outros estados e estão evitando aos menos seis entre 10 ações suicidas. A baleia do poder público (refiro-me ao Estado) assiste aos cardumes aqui embaixo sendo arrastado para os túmulos.
Tenho lido psicólogos e psiquiatras que defendem a publicação dos registros de morte como forma de despertar a atenção da sociedade e do poder público, assim como ouço sugestões de que é melhor evitar as postagens para que outros não se estimulem a praticar o gesto extremo.
A publicação não é uma apologia ao suicídio, mas uma maneira de contribuir para prevenir. Há no jornalismo uma espécie de convenção extraoficial de que suicídios devem ter tratamento diferenciados ou simplesmente abafados, o que não tem acontecido quando as vítimas são renomados. Enquanto isso… as taxas de suicídios são superiores aos números de mortos por Aids ou câncer no Brasil.
.A Organização Mundial da Saúde acredita que 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. Por isso, é necessário discutir abertamente o tema e introduzir políticas de valorização da vida.
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