Aparentemente, furar o teto constitucional não é grave e nem prejudica nada. Primeiro, furar o teto constitucional é simplesmente poder gastar mais do que se arrecada. Em uma família, a dona de casa, sempre zelosa não deixa, porque isso vai causar uma dívida, que vai se acumulando e os bancos vão tomar parte do que ganham – o que geralmente em famílias pobres representa a comida para pôr na mesa.
O teto é fundamental para a credibilidade financeira do país, pois é uma ferramenta para o equilíbrio fiscal. E sem equilíbrio fiscal, os investidores não criam empregos com seus investimentos, o dólar sobe e provoca a carestia através do aumento da inflação. O supermercado começa a remarcar seus preços, tudo vai aumentando, mas os salários não e tem que cortar na comida, na diversão, aumentam as dificuldades para as famílias pobres. Os combustíveis aumentam de preço, além do razoável, e alimenta a inflação.
Ricardo Paes de Barros, o especialista que fez o Bolsa Família, alertou em artigo nos jornais que, para aumentar o valor do Bolsa Família, não precisaria furar o teto e nem de nenhuma estripulia financeira que, ao fim, no lugar de melhorar vai é piorar, pois os 20% de aumento que o valor de 400 reais representa, em poucos meses já foi comido pela inflação, pela carestia das coisas.
Ele garante que, se examinar o orçamento com cuidado, tem muito dinheiro que continua sendo gasto em programas inúteis. E esse dinheiro daria para aumentar, sem dificuldade, o Bolsa Família, sem causar inflação nem a carestia que dificulta o desenvolvimento econômico. Mas, Guedes, no afã de agradar, não quer se dar ao trabalho e optou pelo pior caminho possível. Foi tão ruim a decisão que 3 secretários importantes da equipe pediram para sair. Ninguém quer juntar seu nome ao desastre.
Em tempo, desde que tomou posse até hoje, 19 integrantes da equipe do ministro, já pediram para sair.
Artigo escrito por José Reinaldo Tavares.
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