“Devemos responder à emergência e acredito que é isso que estamos fazendo”, diz infectologista de Genebra
A Suíça está
usando amplamente o tratamento com a hidroxicloroquina em pacientes com
coronavírus chinês; e está valendo a pena. A taxa de mortalidade no país é duas
vezes menor que a da França (0,018% contra 0,041%).
Segundo
informações da Radio Tele Suisse (RTS), a proporção de pacientes tratados com a
hidroxicloroquina é de 40% no Hospital Universitário de Lausanne (CHUV) e mais
de 50% no Hospital Universitário de Genebra (HUG). A parcela chega a 85% nos
cuidados intensivos de Genebra.
Abordagem
pragmática
Mesmo a
eficácia do medicamento ainda não tendo sido comprovada para o covid-19, os
médicos suíços invocam seus efeitos práticos.
A Dra.
Alexandra Calmy, chefe de consultas sobre HIV no Serviço de Doenças Infecciosas
da HUG, acredita que a abordagem na Suíça é pragmática. “Temos que gerenciar
uma incerteza, os dados científicos são fragmentados, não são suficientemente
robustos, mas devemos responder à emergência e acredito que é isso que estamos
fazendo.”
Calmy
acrescentou que, se fosse hospitalizada, tomaria hidroxicloroquina, mas
provavelmente não por conta própria. Ela também tomaria um antiviral.
“Temos que
admitir que em uma epidemia como essa, temos que trabalhar com o desconhecido.
Portanto, não é porque um medicamento não tenha necessariamente demonstrado ser
totalmente eficaz que não deve ser administrado, se a balança for a favor da
dúvida”, explica Laurent Kaiser, chefe do Departamento de Doenças Infecciosas
da HUG.
Estudo
Para
resolver essa dúvida, um estudo será lançado em breve nos cantões da Suíça de
Vaud, Valais, Fribourg, Berna e Aargau. A pesquisa envolverá 800 pessoas
positivas para o Covid-19 que não estariam hospitalizadas.
Blaise
Genton, médico chefe da Unisanté, no cantão de Vaud, está à frente deste
projeto, que em breve deverá receber sinal verde final das autoridades.
“O objetivo
é testar a eficácia da cloroquina na redução de complicações, hospitalizações
secundárias e possivelmente até mortes. De fato, gostaríamos de saber se a
cloroquina é eficaz em um ambiente ambulatorial, ou seja, antes de os pacientes
chegarem ao hospital”, disse Genton à RTS.
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