Pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer (Inca) participaram de um estudo internacional que buscava entender quais são as principais mutações sofridas por células do esôfago que desenvolvem o câncer neste órgão.
Os resultados brasileiros mostram que o consumo excessivo de álcool é capaz de deixar marcas físicas nestas células, o que pode ocasionar um carcinoma epidermoide, o tipo de tumor mais frequente nesta área do corpo. O trabalho confirma que bebidas alcoólicas podem sim provocar alterações genéticas em seres humanos. O artigo final foi publicado na renomada revista científica Nature Genetics.
Atualmente, o diagnóstico precoce deste tipo de tumor é extremamente raro. Isso ocorre, porque os sintomas só começam a surgir quando a doença está em estágio avançado — os pacientes costumam procurar ajuda quando já não conseguem comer ou ingerir líquidos adequadamente. O perfil dos brasileiros acometidos por essa doença é de homens que consomem álcool excessivamente (cerca de 500 ml de cachaça todos os dias) e fumam com frequência ou então que tomam bebidas com temperaturas elevadas frequentemente.
Este é o sexto tipo de câncer mais frequente em homens brasileiros, com cerca de 11.300 novos casos por ano (76% são do sexo masculino) e 8.700 mortes anuais (das quais 78% são de homens).
JornalOGlobo
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