Estive na UFMA, na sexta passada, em uma produtiva reunião com o reitor Natalino Salgado e seus chefes de departamento. A ideia básica foi a de unirmos todos aqueles que podem dar grande contribuição ao desenvolvimento do Maranhão, em um só objetivo: o desenvolvimento social e econômico do estado.
O Maranhão, como de resto o Brasil, é um estado desigual, com grande desigualdade social, em um nível crítico. Precisamos resolver esse problema porque o desenvolvimento tem que envolver a todos e não só alguns. É impossível ser um estado desenvolvido com exclusão de tanta gente de todos esses benefícios. É certo que todos os governos tentaram resolver ou minorar esse problema. Mas ele persiste através dos tempos.
O problema é tão grande que só conseguiremos vencer esse desafio se unirmos todas as forças que trabalham nesse sentido, mas ainda hoje, isoladamente. O Estado, a Fiema (Federação das Indústrias do Estado do Maranhão), a Academia (universidades) e a Emap (Empresa Maranhense de Administração Portuária) são parceiros obrigatórios nesse objetivo. O Estado porque é sempre a força aglutinadora, que tem poderes institucionais e constitucionais indispensáveis para liderar. A Fiema, indispensável, porque sem atrair empresários não se atrai investimentos e nem se cria empregos. A Academia porque, sem estudos e projetos bem feitos, não se atrai empresários. E sem os portos – que durante a história foram, de acordo com a sua importância, grandes polos de desenvolvimento – não fecharíamos essa equação.
O combate à desigualdade, nos ensina o professor James Heckman, chefe do Departamento de Economia da Universidade de Chicago, que venceu o Nobel de Economia do ano 2000, que a maneira correta de fazer isso é cuidar das crianças das famílias muito pobres, desde o nascimento até os seis anos. Cuidando delas, de maneira igual como as famílias de classe média cuidam de seus filhos da mesma idade. Dando-lhe alimentação adequada, cuidados de saúde, esportes e educação e tudo mais que for necessário para que essas crianças cheguem ao Ensino Fundamental aptas a cursarem não apenas esta etapa, mas todas as outras que terão que passar em sua formação. Essas crianças serão adultos preparados para a se desenvolverem na vida e suas famílias já não serão mais pobres. Eu e Luís Fernando, o atual Secretário de Planejamento do Estado, há alguns anos discutimos esse problema e a forma de fazer isso aqui no Maranhão. E ele me disse que está em entendimentos avançados com fundações especializadas em Educação, discutindo o assunto e que houve grande interesse por parte dessas entidades. Esses entendimentos podem fazer com que creches, altamente especializadas para cuidar dessas crianças muito pobres, possam existir no Maranhão. Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, meu amigo do antigo PSDB, acredita muito nesse projeto e agora como candidato a vice-presidente, na chapa de Lula, certamente nos dará uma força muito grande nesse sentido.
Outro projeto essencial no combate à pobreza é o saneamento básico, com água potável e esgoto tratado para todos. Melhora a saúde e é um ganho extraordinário para as famílias pobres que convivem com água, às vezes sem nenhum tratamento e com esgotos correndo pela rua.
Esse assunto foi um ponto importante das conversas que tivemos com a Universidade, que vai nos ajudar na melhor maneira de oferecermos esses serviços tão básicos a toda a comunidade.
Escrito por Zé Reinaldo , ex-governador do Maranhão e, secretário de Programas Estratégicos, da gestão Carlos Brandão.
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