sexta-feira, junho 25, 2021

Bolsonaro sobre Covaxin: "Querem me julgar por corrupção? Vão se dar mal"

 

(crédito: Evaristo Sá/AFP - 5/5/20)

Entrevista foi concedida horas antes de a CPI começar a ouvir os irmãos Miranda. Questionado se o contrato para aquisição do imunizante indiano seria cancelado, o presidente relatou que 'não há nada de errado', mas disse que consultará Queiroga sobre o assunto.

O presidente Jair Bolsonaro comentou nesta sexta-feira (25/6) a respeito do caso da vacina indiana Covaxin. A entrevista foi concedida a jornalistas em Sorocaba, em inauguração do Centro de Excelência em Tecnologia 4.0, horas antes de a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 começar a ouvir os irmãos Miranda. O mandatário negou problemas nas tratativas para a aquisição do imunizante e afirmou ser "incorruptível"

"Querem imputar em mim crime de corrupção que não foi gasto nem um centavo". Questionado se o contrato para aquisição do imunizante seria cancelado, o presidente relatou que 'não há nada de errado'. "O contrato, pelo que me consta, não há nada de errado nele. Não há superfaturamento. É mentira. Eu volto a ouvir (ministro da saúde, Marcelo) Queiroga, estou viajando né, para ver a opinião dele. Não foi gasto um centavo com a Covaxin, não chegou uma ampola aqui. Vocês querem me julgar por corrupção? Vão se dar mal. Eu sou incorruptível, além de imbrochável, tá ok?", alegou.

O presidente relatou ainda não temer o depoimento dos irmãos Miranda. "O que o Renan (Calheiros, senador e relator da CPI da Covid) tem? E o Omar Aziz (senador e presidente da CPI)? Crise de abstinência. O que os irmãos Miranda vão apresentar lá? Cara de pau pedir a prisão do Onyx (Lorenzoni, ministro da Secretária-Geral da Presidência)", continuou.

O mandatário repetiu ainda que pedirá à Polícia Federal que abra uma investigação contra o deputado federal Luis Miranda. “Olha a vida pregressa desse deputado. É lógico que a PF vai abrir inquérito”, disse.

Ainda hoje, Bolsonaro voltou a justificar que a diferença na nota das tratativas sobre a Covaxin ocorreu por conta de um zero a menos, corrigido posteriormente. "No dia seguinte, pelo que fiquei sabendo, era um documento que tava feito de forma equivocada, faltava um zero lá. Faltava um zero lá. Veio com 300 mil doses, eram 3 milhões. E foi corrigido no dia seguinte. Há quatro meses, eu falei com ele (Miranda), ele foi lá e falou um montão de coisas. Eu recebo uma infinidade de pessoas que eu não conheço. 99% eu não conheço. E outra: tem algum recibo meu para ele? Foi consumado o ato? Nos dias seguintes aquilo foi retificado".

Em live ontem, o chefe do Executivo afirmou que o assunto está sendo investigado. “Quem buscou armar isso daí vai se dar mal, avisou”. O presidente relatou também que determinou à Polícia Federal investigar o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que falará nesta sexta-feira à CPI da Covid sobre possíveis irregularidades na compra da Covaxin. Bolsonaro ironizou o parlamentar, dizendo que ele reúne um “prontuário”, em alusão aos processos judiciais que pesam sobre Miranda.

Correio Brasiliense.

 

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