Presidente disse também que está disposto a conversar com Fernández, da chapa com Cristina Kirchner.
Presidente Jair Bolsonaro. Foto Antonio Cruz. ABr. |
O presidente
Jair Bolsonaro concordou hoje (16) com a declaração do ministro da
Economia, Paulo Guedes, de que caso o candidato da oposição, Alberto Fernández,
vença as eleições presidenciais na Argentina e apresente resistência à
abertura econômica do Mercosul, o Brasil deixará o bloco. Fernández, que tem
como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, recebeu 47% dos votos nas
primárias realizadas no último domingo (11).
O atual
presidente, Mauricio Macri, ficou com 32%. “O atual candidato que está
à frente na Argentina, ele já esteve vistando o [ex-presidente] Lula, já
falou que é uma injustiça ele estar preso, já falou que quer rever o Mercosul.
Então o Paulo Guedes, perfeitamente afinado comigo, falou que se criar
problema, o Brasil sai do Mercosul, e está avalizado”, disse Bolsonaro ao
deixar o Palácio da Alvorada nesta manhã.
O presidente
brasileiro disse que está disposto a conversar Fernández, mas que o argentino
“vai ter que dar o sinal”. “Por causa do viés ideológico, o meu
sentimento [antes de ser eleito] é que tinha que acabar com o Mercosul. Lógico,
nós chegamos, afastamos o viés ideológico, o contato foi excelente com Macri,
excelente com o Marito [presidente do Paraguai, Mario Benitez], o do Uruguai
[Tabaré Vázquez], apesar de ser um pouco da esquerda, deu pra conversar”, disse
Bolsonaro.
Bolsonaro,
entretanto, espera a reeleição de Maurício Macri. “Olha a Argentina aqui, o que
aconteceu com a bolsa, com o dólar, com as taxas de juros. O mercado deu sinal
que não vai perdoar a esquerda na Argentina novamente. Os empresários não vão
investir mais enquanto não resolver a situação política lá”, disse.
O mercado
financeiro da região atravessa momentos de volatilidade, após a vitória de
Fernández nas eleições primárias. No dia seguinte à votação, o índice Merval,
da Bolsa de Buenos Aires, caiu 37,93%, na maior queda diária no mercado de
ações na história do país, e o dólar chegou a superar a barreira de 60 pesos
argentinos, mas fechou em 52,14 pesos. A moeda do país vizinho desvalorizou-se
14,99% somente na segunda-feira (12). Para conter a saída de capitais, o Banco
Central da Argentina aumentou os juros básicos do país para 74% ao ano. (ABr).
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