segunda-feira, março 19, 2018

SEJAMOS “FRANCO” COM MARIELLE

 Por Lázaro A Matos
Não tenho vocação para elegia: não sei escrever sobre morte. Sou fraco nisso. Faltam-me palavras para exaltar qualidades de pessoas que batem as botas. Marielle Franco não bateu as botas. Eufemismo para Marielle não pega bem. Ela morreu mesmo. Mas não merecia ter morrido.

A morte de Marielle está fazendo dela um anjo do mal e outro do bem nas redes sociais. Prefiro Marielle subindo aos Céus batendo asas de anjo do bem: esse é o anjo Marielle em pessoa. Não quero saber se Marielle era anjo da política. 

Na política, anjos não existem. Só esses: hipócritas, cínicos e oportunistas. Eles deitaram e rolaram no cadáver da meiga Marielle. Eles querem o sangue dela coagulado na urna; não na urna funerária em que Marielle desceu ao túmulo, mas na urna eletrônica das próximas eleições. Depois, eles vão sorrir da morte de outras Marielles anônimas, que morrem todos os dias.

Vou ater-me à pessoa de Marielle: linda, charmosa, negra, culta, sabida e lutadora de causas que dizia justas. Muito bem!

O jeitinho de Marielle caminhar, balançando no andar, dentro deste vestido aí, deixava homens e mulheres imaginado uma Marielle longe da vida de desafios que escolheu. A opção de vida que Mariaelle escolheu era o patrimônio dela. Buscou isso na sociologia.

Marielle não morreu atingida por balas perdidas, mas por balas bem direcionadas. Infelizmente, na mesma direção, estava o motorista Anderson Pedro, que morreu junto com a vereadora do Rio de Janeiro. Daí a comoção.

Essas balas deveriam ter se perdido no caminho, desviando-se da rota de Marielle e Anderson. As mãos certeiras dos assassinos não permitiram.

Pronto, Marielle, só isso. Fique com Deus!

Nenhum comentário:

Postar um comentário