Nota ao Povo do Maranhão.
Desde 2016, ao lado da minha equipe na Secretaria de
Indústria, Comércio e Energia, trabalhamos para o fortalecimento da cadeia
produtiva da mandioca, sempre em articulação com as demais secretarias do setor
produtivo, com a sociedade civil, com os produtores.
Jamais foi um trabalho trivial, trata-se de um Programa de
Governo maior, que faz parte de uma lógica de desenvolvimento do Maranhão,
pensada a partir das principais cadeias produtivas do Estado com a missão de
impactar, sobretudo no caso da mandioca, os pequenos produtores.
Foi assim, pensando numa política pública de desenvolvimento
sócio-produtivo, que pensamos a fabricação de uma cerveja que pudesse adquirir
parte da produção e garantir a consolidação de um trabalho que estávamos
realizando com muito esforço em várias outras cadeias produtivas do Estado.
Durante esta semana, na tentativa de atingir o governador do
Estado, vi meu trabalho e o da minha equipe ser agredido em blogs e em um grupo
de importantes formadores de opinião da cidade de Balsas.
“Ridículo” foi a palavra que me veio à mente, naquele
momento, para classificar a agressão a um trabalho que os maranhenses
reconhecem como importante contribuição para milhares de famílias pobres e para
a autoestima do nosso estado, com a linha de produção de mais um produto nosso
sendo consumido em larga escala.
Ridículo aos olhos do Maranhão apelar-se para agressões
rasteiras na tentativa de defesa de uma multinacional que também está instalada
em nosso estado e que, igualmente, possui incentivos fiscais para operar no
Estado. Uma atitude que, além de tudo evidencia profundo destempero emocional e
desconhecimento da política tributária nacional, onde o peso dos impostos
federais e seu impacto sobre os negócios é o grande problema a ser enfrentado.
Neste caso em particular, é muito importante esclarecer que a
empresa citada possui também benefícios fiscais, podendo inclusive aderir aos
benefícios relacionados à cadeia da mandioca, pois o incentivo não é exclusivo,
ele apenas exige que a empresa desenvolva um produto que utilize a mandioca
Maranhense, comprada de pequenos produtores rurais, como matéria prima.
Em nenhum momento tratei, citei ou ataquei filho, mãe ou pai,
nem mesmo qualquer parente de quem quer que fosse.
Ainda assim, fui ameaçado, tive a memória de minha mãe
desrespeitada, atacada e exposta em público da maneira mais baixa e sórdida.
Minha mãe foi uma mulher pobre e honrada, que lutou muito na
vida para criar a mim e mais quatro irmãos, todos homens, e teve uma morte
extremamente dolorosa para ela e para todos nós filhos e familiares. Minha mãe
ficou mais de 40 dias entubada, lutando contra a morte.
Poucos sabem disso, aliás a minha vida inteira é cheia de
grandes cicatrizes, luto muito, já cheguei a trabalhar três expedientes por
dia, sacrifiquei parte da minha vida para ajudar parte dos meus irmãos, um
deles dependente até hoje, tive dificuldades gigantescas e elas têm feito parte
da minha vida.
Eleições perdidas, prejuízos materiais, decepções, traições,
frustrações…
Nunca esmoreci, porque não é da minha índole desistir. Sempre
estive pronto para a luta e também tenho vitórias abençoadas, que me levam a
ajoelhar em casa e agradecer a Deus que tem me acompanhado nesta trajetória
desde que saí de casa, aos 14 anos para estudar.
Jamais esperava que um debate sobre um assunto político fosse
tratado de forma tão destemperada, desrespeitosa e odiosamente atingisse a
maior das perdas que eu já tive na vida, a minha mãe.
Quero comunicar publicamente que estou tomando atitudes em
decorrência desse triste e lamentável ataque e das ameaças.
A primeira é iniciar uma campanha nas escolas, ruas, bairros,
redes e cidades exigindo que as contendas, debates e pautas de todos os
políticos e pretensos candidatos sejam realizadas sem levar a família ou a vida
particular das pessoas para palanques, campanhas políticas e redes sociais. A
política deve ser usada para melhorar a sociedade e não para piorá-la a ponto
de degradar a instituição mais tradicional que é a família e a figura materna,
o mais divino dos seres e que merece o maior respeito de todos.
A segunda providência é promover uma campanha visando deixar
de fora da política os negócios pessoais. Nos tempos atuais vejo que, em não
encontrando motivos para fazer oposição, cobrar ou apontar erros dos governos, existem
aqueles que desconhecem a luta dos que batalham permanentemente para construir
um sonho, atacando feroz e vorazmente negócios privados para tentar auferir
lucros políticos.
Por fim, em nome de minha mãe e de todas as mães maranhenses
que sofreram ou sofrem para dar uma vida melhor a seus filhos, vou acionar a
justiça em decorrência das calúnias, injúrias e ataques à memória e história de
vida dela, além das ameaças reiteradas que sofri.
Simplício Araújo