Com a economia descontrolada, com inflação subindo, real desvalorizando frente ao dólar e o Brasil vendendo petróleo cru, comprando derivados de petróleo como gasolina, diesel, gás e carvão muito mais caros, o monopólio brasileiro sobre a compra e venda do petróleo (em nome de uma empresa monopolista que não permite competição), estamos enfrentando uma enorme dificuldade, predadora, causadora de inflação e de prejuízos. Além disso, o preço do barril de petróleo é controlado pela OPEP, uma organização dos produtores, e o preço oscila, gerando crises que o país não controla.
No governo de Dilma Rousseff, houve uma tentativa de intervenção nos preços, forçando baixá-los. Quase quebrou a Petrobras, endividando-a, obrigando-a a indenizar acionistas minoritários, principalmente os investidores da Bolsa de Nova York. Quando houve uma greve violenta de caminhoneiros, Temer fez uma intervenção nos preços do diesel e afugentou, com isso, os investidores em refinarias, que desistiram.
A solução é difícil e não tem um culpado só. Mas o monopólio da Petrobras é um dos maiores, sem dúvidas, porque não sofre concorrência e aí nascem todos os problemas.
Vamos ver o que fez os Estados Unidos da América, que evitou naquele país os problemas de hoje no Brasil. Há 111 anos, foi quebrado o monopólio do petróleo dos Estados Unidos. A Suprema Corte, em razão do clamor da população contra os preços abusivos, determinou que a Standard Oil, monopolista na época, fosse dividida em 34 empresas.
O engenheiro Edvaldo Santana, doutor em Engenharia de Produção, professor titular aposentado do Departamento de Economia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pergunta em artigo no Globo: “Por que, então, eliminar o peso morto não é a regra? Por que, no Brasil, o governo e o Congresso, em lugar de ficarem discutindo medidas ineficazes e eleitoreiras, não propõem a separação da Petrobras em pelo menos 10 empresas, todas privadas? Onde anda o xerife da concorrência? Temo que o cotidiano passe a ser a convivência com sucessivos ‘dias de cão’, com suas típicas engabelações”.
Lá nos EUA deu muito certo. Por que não daria aqui? Acredito que tudo mudaria com uma concorrência acirrada, com muita competição.
Por que não tentar? Pior do que está não fica, como diz o sábio Tiririca. Concorrência é o melhor remédio.
Artigo escrito pelo ex-governador José Reinaldo Tavares.
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