A Assembleia
Legislativa do Maranhão aprovou, na sessão desta quarta-feira (20), o Projeto
de Lei Complementar 014/2019, de autoria do Poder Executivo, que dispõe sobre a
adequação das alíquotas de contribuição ao Fundo Estadual de Pensão e
Aposentadoria (FEPA) ao disposto na Emenda Constitucional 103/2019, a chamada
Reforma da Previdência, promulgada pelo Congresso Nacional no dia 12 deste mês.
A mensagem governamental aprovada pela Assembleia também institui o Comitê de
Adequação do Regime Próprio de Previdência Social.
O presidente
da Assembleia, deputado Othelino Neto (PCdoB), esclareceu o teor do PLC
014/2019, informando que a matéria não trata sobre a Reforma da Previdência
estadual, mas sobre a adequação de alíquotas de contribuição ao Fundo Estadual
de Pensão e Aposentadoria.
“É
importante deixar claro para a sociedade que nós não apreciamos a Reforma da
Previdência do Estado. Para debater a reforma com sociedade, sobretudo com os
servidores, foi aprovado também, hoje, nesta Casa, a criação do Comitê de
Adequação do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), que será
composto por representantes dos Poderes e órgãos autônomos, além de
representantes dos servidores públicos. Com isso, nós teremos dois anos para
apreciar, com o devido cuidado, ouvindo a todos os interessados, sobretudo os
servidores públicos, sobre esse tema que impacta as vidas de todos nós”,
esclareceu Othelino.
Comitê
O PLC
014/2019, que agora segue para sanção governamental, também cria o Comitê de
Adequação do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), a quem compete
propor projetos de lei e outras medidas normativas, visando à adequação das
normas estaduais do RPPS do funcionalismo público do Maranhão às disposições da
Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 103.
O comitê
será constituído por representação dos Poderes e órgãos autônomos que terão
ampla participação nas discussões, sendo eles o Executivo, o Legislativo, o
Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública; e a sociedade.
Othelino esclareceu que a matéria não trata sobre Reforma da Previdência estadual, mas de adequação de alíquotas ao FEPA |
Pontos
positivos
O líder do
governo na Assembleia Legislativa, deputado Rafael Leitoa (PDT), destacou,
durante encaminhamento da votação, os pontos positivos do projeto de lei
complementar aprovado. O parlamentar também afirmou que, ao contrário do que
apregoam setores da oposição, a matéria não se constitui em nenhuma reforma
estadual, mas apenas uma adequação à Emenda da Constituição Federal e destacou
que a Constituição prevê, em seu artigo 167, uma série de penalidades, tais
como: vedação de transferência voluntária de recursos, a concessão de avais, as
garantias e as subvenções pela União e a concessão de empréstimos e de
financiamento por instituições financeiras federais aos estados, ao Distrito
Federal e aos municípios, na hipótese de descumprimento das regras gerais de organização
e de funcionamentos do regime próprio de Previdência Social, incluído pela
emenda constitucional 113 de 2019.
Leitoa
também desmentiu que o governador tenha provocado a falência do Fundo Estadual
de Pensão e Aposentadoria (Fepa), que, segundo ele, começou a ser deficitário
ainda na gestão de Roseana Sarney, em 2013. Destacou que o próprio Tribunal de
Contas do Estado (TCE) já havia explicado que aquilo que se arrecadava não dava
para pagar a folha, portanto, já era deficitário desde então.
Deputado Rafael Leitoa, líder do Governo, destacou os pontos positivos do projeto de lei complementar aprovado |
Progressão
Explicou
também que, no que diz respeito à progressão da alíquota, o Governador Flávio
Dino aplica aquilo que está proposto na Emenda Constitucional e protege quem
ganha menos e, de fato, majora um pouco mais do que são hoje as faixas
salariais maiores, dando exemplo claro aqui de que é uma categoria de menos de
10% com relação àqueles que ganham R$25 mil.
“Por
exemplo, se aplicarmos a contribuição progressiva por faixa, a contribuição
efetiva vai ficar em torno de 16,5%, porque a contribuição é por faixa, ou
seja, cada faixa tem as suas alíquotas. Então, quando vai para a contribuição
eletiva, para alíquota efetiva, ela fica ali em torno de 16.5%, dando exemplo
claro de que quem ganha R$25 mil, se tivéssemos aplicado hoje como está no
texto da lei que está sendo apreciada, a nova contribuição, a contribuição
atual de um salário mínimo seria de R$74,85. Hoje é de 11%, mas nós estamos
votando para 7,5%, ou seja, quem ganha um salário vai contribuir apenas com
R$74, sendo que hoje contribui com R$109,78. Estamos protegendo os menos
abastados”, esclareceu o parlamentar.
Já o
deputado Dr. Yglésio (PDT) afirmou que a adequação é extremamente positiva para
o Estado, levando-se em conta que o déficit da Previdência Estadual chega a R$
50 milhões/mês. “Esse dinheiro faz falta na Saúde e na Educação, por
exemplo. A partir do momento que a gente regularizar a Previdência Estadual e
reduzir esse déficit orçamentário, o Governo do Estado vai conseguir
desenvolver ações sociais com maior qualidade”, defendeu.
No entendimento
do deputo oposicionista, Adriano (PV), a decisão do governo em enviar tal
mensagem à Casa foi feita, segundo ele, de forma sorrateira. “Uma verdadeira
traição do governador Flávio Dino. Esse projeto chegou sem a mínima
transparência perante toda a população do Estado. Só quem perde, infelizmente,
somos nós, porque pagamos o pato. Eu prezo essa instituição porque eu acredito
que esta Casa presta um grande serviço para o Maranhão, mas, infelizmente,
somos submetidos a esse tipo de afronta devido à irresponsabilidade do
governador que tem pressa em aprovar algo sem a mínima discussão”, acrescentou.
Blog do Pedro Jorge.