O Partido Progressista (PP), presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI), está fazendo uma sondagem com lideranças e filiados para decidir sobre a mudança de nome. O problema é fonético: em muitos locais, a pronúncia da sigla gera dúvidas. Muitos confundem PP com PT, e o partido anda incomodado com isso.
Quem levantou a lebre foram membros das bancadas do Sul do país (em especial, Rio Grande do Sul e Santa Catarina). É preciso notar que lá no Sul o PP tem uma das bancadas mais ideológicas: são liberais, convictos e conscientes do que isso significa. E tal convicção gera atritos com o PT. Não querem ser confundidos, ainda mais depois da série de problemas de imagem com o partido de Lula.
Ciro Nogueira não compra briga. Nem com o PT, nem internamente. E acha que a mudança pode ser feita, mas por uma simples questão de afirmação de identidade. Daí, deu luz verde para que lideranças do partido sejam ouvidas a respeito.
A sondagem – internamente chamada de enquete – é conduzida por Luiz Fernando Farias, deputado federal por Minas Gerais e um dos vice-presidentes do PP. E está bem adiantada, a ponto da Executiva do partido cogitar uma reunião já em agosto para decidir sobre a mudança.
O PP, que nasceu da Arena, também já foi PDS e PPR. A tendência agora é que o Partido passe a ser chamado simplesmente de Progressista. Quatro sílabas. Mais que as duas sílabas da sigla PP, mas carregando um conceito. O problema é como será abreviado. Poderá ser PRO? Se assim for, vai ter que conviver com outra possibilidade de confusão: com o PROS, como é conhecido o Partido Republicano da Ordem Social.
A tendência é esquecer as siglas
No mundo inteiro, as estratégias de marketing vão definindo as formas de identificação dos partidos. E as siglas muitas vezes vazias vão dando lugar a nomes mais compridos, porém recheados de intensões. Assim, temos na Espanha o Podemos e o Ciudadanos. Na Itália, o 5 Estrelas. E na França, o Em Marcha, recém-criado e já elegendo o presidente da República.
No Brasil, a reforma partidária de 1979 – que restabeleceu o multipartidarismo – impunha a necessidade de um “P”: toda agremiação partidária teria que ter o “Partido” no início. Era uma cláusula anti-MDB. É assim que o partido-movimento que lutou contra a ditadura virou PMDB. E a Arena, PDS.
Quando foi criado em plena constituinte, o PSDB queria ser simplesmente SDB, mas foi obrigado a colocar um “P” na frente. A lei exigia. Hoje essa obrigação não existe mais. E aí temos o Democratas, o Podemos, o Rede, o Solidariedade.
Mas todos têm uma sigla. E aí fica a pergunta: qual será a sigla do renomeado PP?
(Fonte: Cidade verde.com)