DEU NO BLOG DO JOÃO OSÓRIO.
Na tarde desta quarta-feira, 19, a propriedade Thomé, distante 5 quilômetros da cidade, foi novamente palco de um conflito reminiscento dos tempos de coronelismo.
O grupo João Santos, um conglomerado com interesses diversificados, ordenou a derrubada de uma cerca na gleba Thomé, georreferenciada em nome de Aristácio Rocha, herdeiro de Antonio Pereira da Rocha.
Derrubada da Cerca
500 metros de cerca foram derrubados, e esse ato, marcado por sua audácia, trouxe à tona memórias de práticas arcaicas e autoritárias, onde o poder econômico se sobrepunha aos direitos individuais.
Contexto e Repercussões
O incidente ocorreu na zona rural da cidade, onde a propriedade foi alvo de ações unilaterais por parte do grupo empresarial. Segundo relatos de testemunhas, homens a serviço do grupo chegaram com trator e derrubaram a cerca sem o consentimento do proprietário.
Logo pela manhã, seguranças do Grupo João Santos estiveram no local e, de forma intimidatória, deram a ordem verbal para os trabalhadores pararem a construção da cerca.
A polícia foi ao local, sob o comando do PM Cabo Rodrigues, acompanhada do advogado dos herdeiros, mas os seguranças já haviam se retirado do local.
Advogado Dr. Francisco Lopes
Na tarde de hoje, os seguranças do Grupo João Santos retornaram ao povoado, acompanhados de um advogado, de nome não identificado, dispostos a derrubarem a cerca. A polícia foi acionada, mas, segundo o Cabo Rodrigues, apenas para evitar o agravamento do conflito.
Nossa reportagem chegou ao local no momento em que o trator já havia derrubado a cerca e deixava a propriedade, seguido de um veículo preto que conduzia os seguranças.
O advogado Dr. Lopes prometeu entrar com pedido de manutenção de posse dos herdeiros e de indenização por danos materiais.
A motivação por trás da ação ainda não foi totalmente esclarecida. No entanto, especula-se que a propriedade em questão seja de interesse estratégico para os planos de recuperação judicial do grupo João Santos. A empresa, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido.
A ação gerou indignação entre os moradores e a vizinhança. Um novo Boletim de Ocorrência foi registrado na Delegacia, onde um inquérito sobre a disputa foi aberto depois dos acontecimentos de ontem, 18.
Um dos trabalhadores, que prefere manter seu nome em sigilo por questões de segurança, declarou: "Nunca pensei que em pleno século XXI eu vivenciaria algo assim. Parece que voltamos aos tempos em que o poder do dinheiro mandava e desmandava na vida das pessoas."
Opinião do Blog
Esse episódio não é apenas um retrato da influência corrosiva dos grandes grupos econômicos nas comunidades locais, mas também um reflexo preocupante do estado atual das relações de poder no Brasil. O grupo João Santos, com sua longa história de mau pagador e envolvimento em esquemas de corrupção e dívidas trabalhistas, novamente mostra seu desprezo pelo estado de direito e pelos direitos individuais.
A atitude do grupo João Santos de ordenar a derrubada de uma cerca sem seguir os trâmites legais espelha a arbitrariedade que caracteriza o coronelismo. A situação em Coelho Neto é um lembrete amargo de que, apesar dos avanços, ainda há forças que preferem recorrer a práticas autoritárias para impor seus interesses.
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