O projeto de Lei (6.683/2016), para escrever no Livro de Heróis da Pátria o nome de Maria José de Camargo Aragão, de autoria do deputado Rubens Junior (PCdoB), está avançando na Câmara dos Deputados. Já aprovado pela Comissão de Cultura, o projeto de Lei segue para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
Maria Aragão |
O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, destina-se ao registro perpétuo do nome dos brasileiros e brasileiros ou de grupos de brasileiros que tenham oferecido a vida à Pátria, para sua defesa e construção, com excepcional dedicação e heroísmo. “Homenagear Maria Aragão é homenagear o povo maranhense, o povo brasileiro e toda a humanidade. Nasceu mulher, pobre e negra, em um país com a realidade do Brasil teria tudo para não prosperar, entretanto lutou e venceu”, destacou o deputado.
A relatora do projeto, a deputada Eliziane Gama (PPS), destacou em seu parecer que a homenagem à Maria Aragão é absolutamente justa e compatível com os ditames da referida lei que dispõe sobre a inscrição de nomes no Livro dos Heróis da Pátria. “A personagem que se pretende destacar merece assento entre os brasileiros que se distinguiram por seu excepcional heroísmo e pela dedicação à defesa dos valores da nação brasileira”, disse.
Também estão no livro Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes; Zumbi dos Palmares; Marechal Manuel Deodoro da Fonseca; Dom Pedro 1º, entre outros.
Quem foi Maria Aragão
Maria José de Camargo Aragão foi um exemplo de vida: Nascida no Município de Pindaré Mirim no Estado do Maranhão, essa guerreira dedicou sua vida a defesa dos mais pobres e a luta pela liberdade, justiça e pelos direitos humanos.
Fez da educação seu estandarte de luta, veio ainda pequena de sua cidade natal Pindaré, para São Luís, isso por força de sua mãe, analfabeta, mas que lutou incansavelmente para que seus sete filhos pudessem ter acesso a Educação.
Maria Aragão formou-se em medicina na Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, sem recursos, para custear seus estudos na Universidade, Maria Aragão enfrentou toda espécie de sacrifícios, passando, desassombrada por inúmeras privações, chegando a dormir por apenas três horas por noite e sendo privada inclusive de alimentação básica.
No Maranhão, dedicou-se a clinicar promovendo a assistência e o acalanto aos mais pobres, ao mesmo tempo em que se dedicava a militância política, trabalhando no sentido de erigir o partido comunista em terras de Padre Antônio Vieira.
Sua militância política, sua abnegação e sua imensa luta em favor dos menos favorecidos, infelizmente fez com que Maria Aragão viesse a sofrer todo tipo de perseguição, que se deu de forma profissional e culminou com sua prisão e tortura por longos 5 anos.
Apesar de todo o ocorrido Maria nunca se deu por vencida e dedicou sua vida em prol de seus ideais e da luta maior em favor do povo humilde, de liberdades e garantias e de direitos humanos.