Completam-se exatos 20 anos, nesta sexta-feira (21 junho 2024), que o ex-governador do Rio de Janeiro, Leonel de Moura Brizola, faleceu aos 82 anos, vítima de um ataque cardíaco. Na época, ele era o presidente nacional do PDT, partido fundado e comandado no Maranhão pelo saudoso ex-governador Jackson Lago (1934-2011).
Herdeiro de políticos trabalhistas como os presidentes Getúlio Vargas e João Goulart, Brizola, que também governou o Rio Grande do Sul, governou o Estado do Rio de Janeiro por duas vezes, de 1983 a 1987 e de 1991 a 1995. Ele tentou chegar à Presidência da República nas eleições de 1989 e 1994.
Gaúcho, e um dos últimos remanescentes de uma era política, Brizola ganhou projeção nacional ao lutar contra o regime militar e no combate e denúncia contra as “perdas internacionais” do Brasil.
Polêmico, de uma rara coerência ideológica, disputou e perdeu duas eleições presidenciais. De aliado do governo Lula, tornou-se um de seus maiores opositores. Fundou e presidia o PDT. Centralizador, Brizola não fez sucessores na legenda.
Brizola morreu na noite do dia 21 de junho de 2004, no Hospital São Lucas, no Rio de Janeiro. Na época, o presidente Lula, com quem estava rompido, decretou luto oficial de três dias e destacou a importância de Brizola na História do Brasil durante mais de meio século.
O Senado realizou uma sessão plenária dedicada a Brizola, homenageado tanto por amigos de longa data, como o senador Pedro Simon (PMDB-RS), como por desafetos históricos, caso do então presidente do Congresso Nacional, senador José Sarney (PMDB-AP).
“Fomos adversários políticos, mas sempre tive uma admiração muito grande pela sua coragem e coerência”, disse Sarney. E acrescentou que Brizola era de uma personalidade que não comportava neutralidade. “Ele sempre tomava posições fortes e gostava da controvérsia. Nenhum político fugiu à sua crítica, desde Jango, de quem foi aliado, até Lula”.
Dois anos após a morte de Brizola, Jackson Lago, um dos maiores líderes do PDT, chegou ao poder no Maranhão. Foi eleito governador do Estado com 1,4 milhão de votos, na eleição de 29 de outubro de 2006.
Entretanto, o governador Jackson Lago perdeu o mandato em 16 de abril de 2009. Nesta noite tristemente memorável, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a cassação do governador e de seu vice, Luiz Carlos Porto.
Com a decisão, a então senadora Roseana Sarney (PMDB), segunda colocada na eleição de 2006, pôde tomar posse no lugar de Jackson Lago, no Palácio dos Leões.
Texto e foto, Jornalista Manoel dos Santos Neto.