O governo federal anunciou que vai revogar a portaria que declarou emergência de saúde pública de importância nacional por causa da Covid. Na avaliação do pré-candidato ao governo do Maranhão, Simplício Araújo (Solidariedade), a decisão foi precipitada.
“Embora a situação epidemiológica no país tenha melhorado, acredito que seria mais prudente aguardar maior cobertura vacinal nos estados. É ainda preciso reduzir a desigualdade na distribuição das vacinas”, afirmou Simplício nesta segunda-feira (18).
Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a decisão foi tomada por causa do aumento da cobertura vacinal e da capacidade de atendimento do SUS. Queiroga afirmou que um ato normativo vai ser publicado nos próximos dias disciplinando a decisão.
A portaria do governo foi publicada em fevereiro de 2020, poucos dias depois da Organização Mundial da Saúde declarar emergência internacional de saúde pública. A norma permitiu que o governo federal e os governos estaduais e municipais tomassem uma série de medidas, como o uso obrigatório de máscaras e a autorização emergencial para vacinas.
O pré-candidato ao Governo lembrou que o mundo viveu uma intensa crise sanitária, atingindo áreas essenciais, que impactou no desenvolvimento e crescimento do Brasil e de outros países. “Mas reitero a importância de fazer uma análise da real situação antes de tomar uma decisão tão importante como essa. Foi um cenário nunca visto. E, por isso, acredito ser temerária a decisão”, alertou Simplício.
Em 2020, um dia após o governo declarar emergência de saúde pública, o Congresso aprovou uma lei que definiu a quarentena, isolamento, a obrigatoriedade de testes para Covid e autorizou a possibilidade de restrição temporária de entrada e saída do país.
No final daquele mês, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso da doença. Em menos de quatro meses, enquanto o presidente Bolsonaro criticava medidas de combate ao coronavírus, o país superava 1 milhão de casos confirmados da doença e mais de 50 mil mortes.
No Maranhão, 64,72% da população está imunizada com a segunda dose ou dose única, e 29,1% tem a dose de reforço, de acordo com dados do G1.
Simplício demonstrou, ainda, preocupação com o fato de o fim da emergência acabar com a exigência do passaporte vacinal para entrar em alguns lugares, o que, para ele, pode prejudicar o andamento de tudo o que já se avançou até hoje. “O vírus muda com muita frequência”, afirmou o pré-candidato, ao lembrar que a orientação dos médicos é que a população continue fazendo a sua parte.
Blog do Jonh Cutrim.