O governo anuncia para novembro o leilão da internet 5G: a internet de alta velocidade e capacidade que permite o uso da inteligência artificial (IA), em todos os lugares onde o sinal chegar.
Para um estado como o nosso, em que a população do interior tem muita dificuldade de pegar o sinal da internet comum, imaginem o que poderá ser. Sim, porque a IA pode fazer tudo o que conhecemos mudar completamente. Ela permite a conexão com grandes bancos de dados e exames de imagem, que é a base da oferta da Medicina moderna e que hoje geralmente o resultado demora para ser analisado, pois o diagnóstico e o tratamento dependem de marcar consulta em um sistema altamente demandado – o que geralmente demora, em que pese a alta competência de nossas autoridades de saúde. Tudo isso muda com a IA e passa a ser feito em horas, um avanço imenso.
Na Medicina, a IA não é novidade, mas sua utilização se expande rapidamente, em especial para interpretação de exames de imagem nas áreas de Radiologia, Patologia, Dermatologia, Oftalmologia e de métodos gráficos em Cardiologia, comparando interpretações de máquinas que analisam dados de dezenas de milhares de exames, em cada uma dessas áreas como as de grandes especialistas. Em certas situações, as interpretações de exames utilizando IA mostram-se equivalentes ou mesmo superiores, o que gera uma nova forma de apreciar a Medicina.
É fácil antever que outras áreas da Medicina estarão, em breve, recebendo apoio da IA. Assim, em relação a condutas terapêuticas, a análise de informações acumuladas sobre a doença e os pacientes seguramente irão auxiliar os médicos, em algumas especialidades mais do que outras, a conduzir o processo decisório quanto ao tratamento (ou tratamentos), de forma individualizada. Na prevenção de doenças tipo diabetes, hipertensão arterial e câncer, é possível antecipar avanços excepcionais, baseados em informações pessoais e familiares, com grande suporte de exames genéticos.
Uma outra área de atuação impactante é o das básicas de saúde, base de qualquer sistema público de saúde. Os médicos que nela atuam são generalistas, que nem sempre têm os conhecimentos especializados para resolver casos que atendem dia a dia. Com o emprego de IA, poderá ser facilitado o atendimento de cada paciente, em especial com a Telemedicina, cada vez mais empregado no contato médico-médico e médico-paciente. Finalmente, não é necessário nem um exercício de futurologia para se antever que IA será importante ferramenta para definição de políticas públicas de saúde, levando a melhores modelos de gestão e ao emprego mais racional dos sempre insuficientes recursos financeiros.
A Inteligência Artificial pode permitir a todos um acesso muito melhor ao sistema de saúde pública, por exemplo, para melhorar a educação pública, para diminuir a desigualdade e a pobreza, melhorar o sistema de transporte público e a segurança pública. Está à disposição da capacidade do prefeito ou do governador de fazer administrações para a atender às maiores demandas da população. Quase tudo pode ser melhorado com o uso competente da Inteligência Artificial.
Mas, para isso, os governos têm que lutar para que essa cobertura cubra todo o estado, povoados, cidades grandes e pequenas, é preciso que todos tenham acesso.
Passa a ser a prioridade numero um para qualquer governo.
Artigo escrito por José Reinaldo Tavares.