José
Carlos Madeira
Candidato
a prefeito de São Luís pelo Solidariedade
São Luís
mudou muito nos últimos anos. E continua querendo mudar, porque a população não
se acomoda. São Luís continua rebelde. Mas não é a rebeldia de antes,
incendiária, do confronto nas ruas, do punho cerrado de 1951 ou de 1979, por
exemplo. A rebeldia de hoje é quase silenciosa, mas igualmente
transformadora.
A cidade
rebelde de agora é feita de gente que quer algo diferente na administração
pública, de gente que não quer mais continuar como antes. São Luís não quer
mais o clientelismo da velha política. São Luís não quer mais ser refém do
assistencialismo promíscuo de práticas caducas das emendas parlamentares
envelopadas na carapaça do bom-mocismo.
São Luís não
engole mais o novo que já nasceu velho, entranhado no carcomido livro da
história que não se apaga ao simples bafo da perfumaria, do marketing. A cidade
não aceita mais que a política vigore como se fosse aquele velho e lucrativo
cartório de antes, que passa de pai para filhos e netos e sobrinhos.
Não importa
mais a vontade individual, o desejo seletivo, o capricho particular. Não
importa mais o prefeito que o fulano ou o beltrano quer. Esse tempo já se foi.
O que vale agora é o projeto coletivo, a força mobilizadora, o plano
colaborativo. Importa agora o prefeito que a cidade quer. Eis a diferença
gritando, mas que alguns ainda fingem não ouvir!
O prefeito
que São Luís quer deve ter, minimamente, uma história de vida, uma biografia
reconhecida, respeitada, e não um prontuário eleitoral, meramente de ocasião. O
prefeito que a cidade quer não precisa ostentar herança política familiar, não
carece de sobrenome forjado nas incubadoras dos palácios.
O prefeito
que a cidade quer deve ter uma vivência semelhante à grande maioria da
população, que reconheça a periferia como se fosse sua própria casa, que tenha
experimentado na pele o que são as dificuldades da vida. O prefeito que a
cidade quer deve conhecer – na prática, e não como tese de gabinete – as
limitações do ensino público, o problema da água e do saneamento, a falta de
infraestrutura, o caos da saúde pública e o drama do transporte coletivo.
O prefeito
que São Luís quer agora não pode ser alguém alheio a essa realidade. Não pode
ser alguém estranho ao cotidiano da cidade, que só conhece a crueza das coisas
em tempos de eleição. A cidade quer um filho legítimo como prefeito, e não um
candidato de laboratório, um salvador de proveta. São Luís quer um dos seus,
sem alegoria. Apenas isso.