Expectativa
é de que os recursos alcancem 14% das 57 mil escolas rurais do país, diz
Weintraub. Ministro aproveitou para alfinetar a gestão passada
A pasta
ainda afirmou que, ainda em 2017, foi repassada a primeira parcela, também no
valor de R$ 60 milhões. Segundo os ministros, até 2023, R$ 360 milhões ao todo
serão liberados para o programa. Até então, a meta do Ministério era de
conectar 6,5 mil escolas.
As escolas
devem receber 10 megabytes de internet via satélite, sem nenhum custo
adicional. Em 2019, o projeto já atendeu 5.662 instituições de ensino em 1.758
municípios, com aproximadamente 2 milhões de estudantes beneficiados, de acordo
com dados apresentados pelo MEC. A expectativa é de que os recursos alcancem
14% das 57 mil escolas rurais do país – a maioria deles em instituições no
Nordeste. A primeira escola a receber conexão foi a Escola Municipal São João
do Ubim, de Manacapuru (AM).
Para ter
acesso à internet, as escolas precisam ter mais de 149 estudantes, além de
preencher outros pré-requisitos: "As unidades rurais não podem ter
atualmente acesso à internet e devem contar com computadores para os
estudantes", disse Weintraub.
Ministro
compara gestões
O ministro
da Educação aproveitou o anúncio para criticar a gestão de recursos de governos
passados. "Quem está levando internet para os municípios são todos os
brasileiros que pagam imposto. Cada vez que a gente faz qualquer coisa aqui,
compramos um pão, pagamos uma conta de luz, vem imposto. E esse imposto,
antigamente foi utilizado para fazer estádio de futebol, que fica fechado a
maior parte do ano."
"O que
o presidente Jair Bolsonaro fez foi inverter as prioridades: ao invés de obras
faraônicas, estão investindo na base da nossa sociedade, na próxima
geração", continuou o ministro. "A educação é a prioridade, porque
ela (educação) é um dos pilares para você ser livre".
Desafio
Por fim,
Weintraub lançou um "desafio" de universalização da internet aos
parlamentares do governo. "O governo do presidente Bolsonaro é um governo
liberal, que permite ao mercado apresentar soluções. Aqui, lanço um convite
para os parlamentares para a gente discutir o Plano Nacional da Educação (PNE).
Ao invés de colocarmos metas que talvez não representem tanto o bem estar da
sociedade, podíamos trazer a meta de universalizar o acesso à internet no
Brasil", propôs.
Ele enxerga
viabilidade no projeto. "Vale a pena discutir isso sim, não é tão caro, é
viável, é factível, e eu duvido que qualquer brasileiro não vai concordar com
isso".
"Não
só caderno e lápis"
Professores
e alunos da Escola São João do Rio, no Amazonas, primeira escola rural a
receber a iniciativa, agradeceram a ação do governo em videoconferência.
"Há dois meses foram instaladas antenas e a internet começou a funcionar
na nossa escola. Agora, está em período de teste. As crianças ficaram felizes,
todos ficaram felizes. Isso vai ser importante para a felicidade dos alunos e
para o trabalho pedagógico de nossos professores", disse o professor e
gestor da escola, cujo nome não foi audível durante a conferência.
"Podemos
pesquisar trabalhos e vídeos sobre educação. Não vai ser mais aquilo de você
ver só o caderno e o lápis. Você vai ter uma amplitude para todos",
expressou o representante dos estudantes do 9o ano da instituição, Gustavo,
cujo sobrenome não foi identificado.