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Augusto Lobato, Presidente do PT no Maranhão concede entrevista ao Jornalista Manoel dos Santos Neto, o Manoelzinho do Jornal Pequeno e fala sobre o PT no Estado. (Foto Manoelzinho) |
O presidente
do Partido dos Trabalhadores no Maranhão, Augusto Lobato, garante que não há
mais nenhuma possibilidade de o partido vir a fazer qualquer composição com o
grupo Sarney, com vistas às próximas eleições. “A aliança com o Sarney foi
muito ruim para o nosso partido no Estado, pagamos um preço muito alto e em
troca a oligarquia apoiou o impeachment da presidente Dilma”, afirma Lobato.
Ele destaca que, por unanimidade, o Encontro Estadual do PT/MA decidiu pelo
apoio à reeleição do governador Flavio Dino. “Sarney nunca mais. Precisamos
encerrar esse capítulo da história do Maranhão”, afirma Augusto Lobato, nesta
entrevista:
Jornal
Pequeno - Quais os reflexos da condenação de Lula na sucessão de Flávio Dino?
Augusto Lobato - Do ponto de vista da democracia é ruim para o Maranhão e para
o Brasil. Esse julgamento tem se tornado ao longo do processo nada mais que a
judicialização da política e uma partidarização do Judiciário. O presidente
Lula não cometeu nenhum crime e se tiver que ser julgado que seja julgado pelo
povo.
No Maranhão, não vejo uma interferência direta na reeleição do governador
Flávio Dino, que sempre esteve alinhado na defesa da democracia e no respeito
às leis, e na política sempre esteve do lado da luta pela libertação do nosso
povo. E a população reconhece no governador Flavio Dino um defensor da
democracia.
JP - Sarney ainda tem influência na direção nacional do PT?
AL - Sarney tem lado e nós temos o nosso. A nossa eleição de presidente do
partido, a
vinda da presidente nacional do partido Gleisi Hoffman e do
presidente Lula ao Maranhão são atos simbólicos que apontam cruamente de que
lado estamos. E a aliança com o Sarney foi muito ruim para o nosso partido no
Estado, pagamos um preço muito alto e em troca a oligarquia apoiou o
impeachment da presidente Dilma.
JP - Ainda há o risco de uma composição do PT-MA com o grupo Sarney, nas
próximas eleições?
AL - Não. O campo que me elegeu majoritariamente presidente do partido tomou
também a posição de não fazer aliança com o grupo Sarney. Por unanimidade, o
nosso Encontro Estadual decidiu pelo apoio à reeleição do governador Flavio
Dino. Sarney nunca mais. Precisamos encerrar esse capítulo da história do
Maranhão.
JP - O governador Flávio Dino tem feito uma defesa muito enfática do
ex-presidente Lula. O que isso significa? O que explica isso?
AL - Ele é um democrata e o partido do qual faz parte, o PCdoB, sempre esteve,
desde 1989, nesse projeto de transformar o Maranhão e o Brasil. Temos uma
aliança e um sonho que não é só eleitoral, é estratégica para tornar nosso
Estado um lugar com “homens e mulheres socialmente iguais, humanamente
distintos e livres”.
JP - Qual o projeto político do PT-MA para as eleições de 2018?
AL - O PT tem uma resolução do Congresso, que me elegeu presidente estadual,
por unanimidade definiu apoio à reeleição do governador Flávio Dino e
reivindicação de participação na chapa majoritária, bem como renovar os
mandatos de nossos deputados e ampliação da bancada. Queremos somar de forma
protagonista nas mudanças do Maranhão e do Brasil.
JP – E sobre a frente ampla de apoio ao governador Flávio Dino?
AL - Aliança se faz com o diferente e com base em um programa de mudanças, de
combate às desigualdades sociais e de enfrentamento com o grupo Sarney. Por
isso, estamos construindo uma frente ampla, com todos que queiram enfrentar
esses desafios, já que o atraso do Maranhão foi em virtude de uma política
marcada pelo fisiologismo, patrimonialismo e nepotismo. Estive em uma reunião
com os presidentes dos partidos que dão sustentação ao governo Flávio, e mesmo
com as diferenças ideológicas, o sentimento é de que o Maranhão se transforme
cada vez mais.
Veja a entrevista no Facebook do Jornalista Manoelzinho.