O ex-governador José Reinaldo Tavares recebeu o titular do Blog do Glaucio Ericeira na tarde da última segunda-feira, na sua residência, em São Luís.
Durante quase uma hora, batemos um papo proveitoso e esclarecedor sobre a sua pré-candidatura ao Senado; fatos da política local e nacional.
Zé Reinaldo é o primeiro a participar da série de entrevistas que o titular do Blog realizará com todos os demais políticos que, até o momento, assumiram publicamente suas pré-candidaturas.
Como é de praxe, o deputado federal não se esquivou dos questionamentos; apresentou suas propostas senatoriais; e garantiu que o seu projeto de chegar à Câmara Alta, em 2018, é irreversível, independentemente de não vir a ser um dos escolhidos no grupo do governador Flávio Dino.
No entanto, disse que continua trabalhando para ter o apoio do comunista em uma chapa que, na sua avaliação, seria composta pelo também deputado federal Weverton Rocha.
Zé Reinaldo deixou claro que sua candidatura terá alicerce forte no grupo municipalista liderado pelo presidente da Famem, prefeito Cleomar Tema.
Avaliou que a ex-governadora Roseana Sarney não disputará o governo e que o candidato do grupo Sarney deverá ser o senador João Alberto.
Também comentou o rompimento envolvendo Dino e Roberto Rocha, classificando a situação como um ato de precipitação e de ingenuidade por parte do senador.
Abaixo, confira o bate-papo com o experiente José Reinaldo Tavares.
PS: As fotos são do repórter fotográfico Silas Serra.
Blog- Governador Zé Reinaldo, sobre sua candidatura ao Senado. Ela está mantida, de fato? Trata-se de um projeto irreversível? Ou existe a possibilidade do senhor, ano que vem, optar por um outro projeto, como renovar o mandato de deputado federal ?
Zé Reinaldo – A eleição para o Senado, pra mim, é um projeto que já adiei duas vezes, pelo menos, para ajudar o grupo ao qual estava inserido. A primeira vez foi na eleição do Jackson, que eu fiquei até o fim [no cargo de governador] para dar condições ao Jackson para disputar uma eleição com igualdade, com equilíbrio. A segunda vez foi na candidatura vitoriosa do Flávio Dino, quando abrir mão da disputa ao Senado para manter o grupo unido. Caso não fizesse isso, iria ocorrer um racha. O Senado permite que pessoas experientes, que já tem ideia do que é o poder, possam render muito mais para o Maranhão. Também não é um projeto só meu. É um projeto que une a Federação dos Prefeitos [Famem] e que tem uma base política estruturada. De forma que eu não pretendo ter plano B. Eu pretendo ser candidato ao Senado. Pra mim, pessoalmente, é um projeto irreversível.
Blog – Seu grupo político, comandado pelo govenador Flávio Dino, tem neste momento mais três pré-candidatos, além do senhor. Caso o senhor não seja um dos escolhidos para disputar as duas vagas que serão abertas, qual será seu posicionamento?
Zé Reinaldo – Eu serei candidato do mesmo jeito.
Blog – Por outro grupo político, então?
Zé Reinaldo – Serei candidato com os meus amigos prefeitos e prefeitas, juntamente com o apoio da Federação. Agora, quem não quer o apoio do governador? Eu quero e vou trabalhar para tê-lo. Eu espero que ele [Dino] me apoie. Mas se isso não acontecer, a minha candidatura continuará. Para ganhar ou para perder, eu serei candidato ao Senado.
Blog – O senhor falou do apoio do presidente da Famem, Cleomar Tema, e de um grupo formado por vários outros prefeitos e prefeitas. Com relação aos apoios partidários, como o senhor está costurando isso?
Zé Reinaldo – Olha, no PSB eu não vou ficar. O partido, depois da morte do Eduardo Campos, perdeu o ímpeto e as ideias. Hoje no PSB não se discute mais as ideias do Eduardo. Ele foi favorável as reformas da previdência e trabalhista e o partido ficou contra isso. E ficou contra de maneira inusitada, porque fechou questão sem discutir com os deputados que iriam votar. Desta forma, o PSB hoje para mim é um partido que tem um futuro incerto e ideologicamente colocado contra as reformas que todos sabem que são necessárias. Então, do PSB eu estou de saída mesmo.
Blog – Então está confirmada sua ida para o DEM?
Zé Reinaldo – Tenho convite, sim, do Rodrigo Maia, do presidente Agripino para ir para o DEM e ser candidato ao Senado pelo partido. Vejo com muita simpatia o que está acontecendo no DEM, que irá se colocar como um partido de Centro, com um ideário voltado para os problemas atuais do Brasil. Está se formando uma frente que contribuirá para tornar o DEM protagonista. Sobre minha filiação, estou apenas aguardando as condições necessárias e sobre as quais estamos discutindo. Inclusive, na reforma política, tem uma janela [de saída] que não estava prevista e será votada. Essa janela vai favorecer muitos deputados que também irão sair do PSB. Então, até o fim de setembro já estarei filiado ao DEM. É um partido que eu gosto, me sinto bem e que já tive o prazer de presidir no Maranhão quando era o PFL.
Blog – O senhor votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma, ano passado, e mais recentemente a favor do arquivamento da denúncia contra o presidente Michel Temer. Duas posições contrárias em relação ao que pensa Flávio Dino. Ele lhe pediu para votar diferente?
Zé Reinaldo – Na votação da Dilma eu expliquei para ele porque não poderia votar pela manutenção dela. Além dos assuntos gerais do país, nós tivemos a cassação do Jackson; tivemos a perseguição ao meu governo. Ela mesmo teve um problema com todos nós aqui do Maranhão. Ela, quando presidente, não trouxe uma obra, não trouxe nada para o Maranhão. De forma que, na ocasião, eu expliquei tudo isso ao governador. Em relação ao voto no caso Temer, não houve pedido algum.
Blog – O seu voto rejeitando a denúncia contra Temer foi criticado por aliados do governador, inclusive petistas que estão no governo e vários veículos de comunicação ligados ao Palácio dos Leões. Todos lhe criticaram muito, bateram pesado no senhor. Isso lhe incomodou?
Zé Reinaldo – Não, isso não me incomodou, não. Isso faz parte do jogo. Tem interesse de tudo quanto é jeito, tudo quanto é tipo. Mas acredito que até o PT não queria que o Temer caísse. E expliquei isso em um artigo recente que fiz. De forma que eu não me impressiono e nem me sinto pressionado com essas críticas. Eu já estou muito calejado para me impressionar com isso (risos).
Blog – Qual a sua avaliação do governo Michel Temer? O senhor acredita que ele conseguirá ter governabilidade para gerir o Brasil até o fim do mandato?
Zé Reinaldo – O presidente Temer tem governabilidade. Erra quem pensa que ele não tem. Ele é querido dentro do Congresso, ele sabe trabalhar no Congresso Nacional. A reforma política, é evidente, será muito importante para melhorar ainda mais a governabilidade não só do governo Temer, mais de qualquer outro governo. Hoje, com 30 partidos é impossível você ter uma maioria permanente. Acredito, sim, que o presidente concluirá tranquilamente seu mandato com o apoio político necessário.
Blog – Falando em reforma política, o senhor é a favor do modelo Distritão?
Zé Reinaldo – O Distritão é um projeto que já foi discutido muito e tem uma vantagem: é que o eleitor saberá em quem está votando e isso aproximará o eleitor do eleito e dará mais responsabilidade em relação ao Distrito que será o Maranhão. Ele já existe para outras funções, como a eleição para governador de estado. Eu sou a favor, embora reconheça que tenha problemas. Por exemplo: os partidos deixarão de ter importância, quem será importante é o candidato. Isso é ruim. Eu acredito que deva votar a favor, mas vou verificar todas as condições. Se aprovada a cláusula de barreiras, a proibição de coligações, nesse caso, poderíamos até manter o sistema proporcional pelo menos para a próxima eleição, mas com todas essas coisas bem definidas.
“O Senado permite que pessoas experientes, que já tem ideia do que é o poder, possam render muito mais para o Maranhão. Também não é um projeto só meu. É um projeto que une a Federação dos Prefeitos [Famem] e que tem uma base política estruturada. De forma que eu não pretendo ter plano B. Eu pretendo ser candidato ao Senado. Pra mim, pessoalmente, é um projeto irreversível”
Blog – Como é que está a sua relação com o governador Flávio Dino? O senhor tem conversado com ele sobre sua pré-candidatura ao Senado?
Zé Reinaldo – Sobre candidatura ao Senado não tenho conversado. Mas tenho conversado com ele sim.
Blog – O senhor lançou sua pré-candidatura em maio, na cidade de Tuntum. E lá estava o secretário Márcio Jerry, presidente do PC do B e homem forte do governo, que não declarou apoio ao seu projeto, diferentemente do posicionamento que ele adota em relação a pré-candidatura do deputado Weverton Rocha, do PDT. Isso lhe incomoda?
Zé Reinaldo – Olha, isso para mim não tem grande significado. Isso [apoio] vai depender é do governador, não é de outra pessoa. E eu espero que ele me apoie. Mas eu não coloco a minha candidatura dependente de um sim ou não do governador. Claro que desejo o apoio. Facilita muito uma candidatura chancelada pelo governador e é o que eu pretendo. Mas pode acontecer tudo não vida, a gente nunca sabe.
Blog – Como está a sua relação com a ex-governadora Roseana e o seu grupo político? O senhor acha que ela será candidata ao governo?
Zé Reinaldo – Eu não acredito muito na candidatura dela. Ela seria candidata, mesmo, pra valer, se ela tivesse o apoio do ex-presidente Lula na campanha. Como eu acho que isso não vai acontecer, avalio que ela não deverá ser candidata. A não ser que as pesquisas mostrem um favoritismo dela. Fora essa hipótese, acho que ela não será.
“Até o fim de setembro já estarei filiado ao DEM. É um partido que eu gosto, me sinto bem e que já tive o prazer de presidir no Maranhão quando era o PFL”.
Blog – O senhor acha, então, que o grupo da Roseana lançará outro nome?
Zé Reinaldo – Acho que o nome é o João Alberto. É antigo no partido, é de confiança do grupo e do presidente Sarney. Acho que seria ele, caso ela [Roseana] não dispute. Sem as condições favoráveis, acho muito difícil ela tentar disputar com um governador no pleno exercício do mandato.
Blog – Qual a sua avaliação da possível chapa senatorial do grupo Sarney, formada por Sarney Filho e Edison Lobão?
Zé Reinaldo – Sarney Filho será candidato. Ela já me disse várias vezes que não deixará este projeto nem pela irmã.
Blog – É uma chapa forte no seu entendimento?
Zé Reinaldo – Vai depender do govenador. Porque se o governador não se empenhar pela eleição dos seus dois candidatos, como fez Roseana quando elegeu João Alberto e Lobão… Ele tem condições de fazer os dois senadores. Mas terá que se empenhar, como se empenhou, por exemplo, na eleição do Roberto [Rocha]. Se ele não fizer isso, poderá fazer com que muitos prefeitos, como se diz no popular, queiram colocar o pé nas duas canoas.
Blog – O senhor acredita que o governador manterá como critério para escolha dos dois candidatos ao Senado aqueles que melhor aparecerem nas pesquisas?
Zé Reinaldo – Eu avalio que esse é o melhor critério para ele. Porque são políticos e pré-candidatos ligados a ele. Então, acredito que esse deva ser o critério de avaliação dele.
Blog – Quais serão as suas bandeiras prioritárias de luta no Senado, caso o senhor seja eleito?
Zé Reinaldo – O Maranhão precisa de alavancas fortes para se desenvolver. Temos problemas sérios na área social, de geração de renda. Tenho trabalhado muito em várias frentes para trazer projetos estruturantes para o estado. O ITA e a UFMA assinaram, esta semana, acordo de colaboração, uma iniciativa importante que teve nossa intermediação. Outro é a ampliação das atividades do Centro Espacial de Alcântara, que é fundamental para o desenvolvimento do Maranhão. Outro projeto que também estou lutando é a implantação de um polo petroquímico e de uma refinaria através da parceria com a China. Continuo dando apoio incondicional as lutas e causas dos prefeitos e prefeitas de nosso estado. Obtivemos vitória em relação ao problema do Fundeb; iremos conseguir aumentar a per capita da saúde; e já estamos bem encaminhados no caso referente a destinação dos recursos do antigo Fundef. De forma que vou continuar trabalhando pelo estado e pelos municípios. Serei um senador verdadeiramente municipalista.
“Eu não acredito muito na candidatura dela [Roseana]. Ela seria candidata, mesmo, pra valer, se ela tivesse o apoio do ex-presidente Lula na campanha. Como eu acho que isso não vai acontecer, avalio que ela não deverá ser candidata. A não ser que as pesquisas mostrem um favoritismo dela. Fora essa hipótese, acho que ela não será”
Blog – Qual sua avaliação acerca do trabalho dos três senadores maranhenses? O senhor os considera municipalistas?
Zé Reinaldo – Olha, criticar é fácil. Mas teve um episódio, uma votação relacionada a um projeto que trouxe benefícios para todos municípios brasileiros. Trata-se da destinação de recursos relacionados à compra com cartões de crédito. Antigamente, tudo era pago somente na sede dos bancos. E o que foi votado e aprovado, inclusive com o apoio do presidente Temer, obrigou o pagamento onde o imposto tem origem. Nessa votação, que foi no Congresso, não apareceu nenhum dos três senadores. Foi um negócio estranho e infelizmente é uma realidade. Mas nos 60 milhões que nós, da bancada maranhense, conseguimos alocar para o ITA e UFMA, tivemos o apoio dos senadores.
Blog – O senhor, nesta quinta e sexta-feira, estará na cidade de Imperatriz. Trata-se da primeira agenda política no interior rumo ao Senado?
Zé Reinaldo – Na verdade, vou rever vários amigos. Lógico que chegando lá, teremos compromissos políticos. Mas trata-se de uma agenda muito mais pessoal.
Blog – O senhor me revelou, no primeiro semestre, que iria manter uma agenda conjunta de pré-campanha com o deputado Weverton. Quando, de fato, começará?
Zé Reinaldo – Eu acho muito boa essa agenda. Eu acredito que depois de setembro, quando tudo estiver acertado direitinho, devamos começar a fazer essas visitas conjuntas. Avalio que será bom para os dois.
Blog – O senhor está tranquilo em relação a denúncia que tramita no STF em seu desfavor?
Zé Reinaldo – A denúncia não me acusa de nada. Eu ouvi a gravação dos delatores e todos dizem que não me deram nada. Está lá, é só ouvir a gravação. Portanto, eu tenho plena confiança na Justiça.
Blog – O senhor, em 2006, ajudou a eleger Jackson Lago governador quebrando, desta forma, a hegemonia da família Sarney. Mas nessa eleição, o senhor também elegeu ao cargo de deputado federal um ilustre desconhecido, o hoje governador Flávio Dino, que começou sua carreira política naquele momento. No seu conceito, Dino tem uma dívida política com senhor?
Zé Reinaldo – Olha, dívida depende de cada um. Mas isso que você disse é fato (risos). Eu sinceramente não sei o que ele pensa sobre isso. Em 2006, o Flávio me procurou, juntamente com o Sálvio, irmão dele, que era meu secretário, aliás um ótimo secretário, e me disse que estava acreditando no que estava acontecendo com a eleição do Jackson, com a força que eu estava dando para a candidatura do Jackson, e ele achou que era o momento dele contribuir e entrar na política. No entanto, disse que só entraria se tivesse o meu apoio. Eu disse a ele que o que nós queríamos era renovar a política do Maranhão e nada melhor do que uma pessoa como ele para personificar essa mudança. Cheguei a ponderar afirmando que ele era um juiz muito festejado, que teria todas as condições de chegar ao Supremo e perguntei se isso não era uma situação impeditiva para o sonho político dele. Ele me disse que realmente queria entrar na política, que poderia contribuir. E assim foi feito. De forma que o hoje governador Flávio percebeu o que estava acontecendo naquele momento e começou sua carreira política ali. Ele é uma decorrência daquele momento.
Blog – Qual avaliação o senhor faz do governo Flávio Dino? O senhor acha que realmente ele está promovendo as mudanças prometidas na campanha de 2014?
Zé Reinaldo – Olha, eu acho que é o povo quem pode melhor julgar. Mas o povo maranhense tem apoiado o Flávio. Eu acho que ele está fazendo o máximo que se tem condições de fazer neste momento. Acho que ele faz um bom governo. Só o fato de estar pagando em dia o funcionalismo já é um grande passo. Conheço a realidade atual dos outros estados. Ele continua executando obras importantes. Acho que o Flávio tem feito tudo que pode e o melhor possível em um momento tão difícil da economia brasileira.
Blog – Ele lhe perguntei, anteriormente, qual a sua relação com a ex-governadora Roseana e o seu grupo político…
Zé Reinaldo – Talvez eu não tenha prestado atenção, mas eu não vou fugir da pergunta, (risos). Eu não tenho inimizades pessoais. Acho que as feridas que aconteceram de ambos os lados já estão saradas. Roseana, no aniversário dela em um restaurante de São Luís, veio falar comigo, me deu um abraço. Eu admiro o presidente Sarney, cujo governo participei como ministro, pelo político que ele é. Acho que ele fez pelo país o que poderia ser feito naquele momento. Portanto, não tenho inimizades.
Blog – Governador, qual o seu ponto de vista em relação a esse rompimento político envolvendo Flávio Dino e o senador Roberto Rocha?
Zé Reinaldo – Eu acho que o Roberto foi muito precipitado. Ele podia ser hoje o candidato do Flávio imbatível para o governo. Não agora que o Flávio irá disputar a reeleição, mas no próximo pleito. Mas ele teve uma visão de se ombrear com o Flávio, competir com o Flávio e se colocar já como um candidato contra o Flávio. Eu acho que foi um erro enorme e até um ato de ingenuidade do Roberto. Todo mundo sabe que o Flávio fez tudo para eleger o Roberto senador, ao ponto de largar a candidatura dele na reta final para se dedicar exclusivamente a arranjar votos para o Roberto. De forma que avalio como um erro cometido pelo Roberto.
Blog – O senhor acha que, caso possa concorrer realmente, o presidente Lula terá adversário à altura na disputa pela Presidência?
Zé Reinaldo – O Lula precisa ser candidato para que o PT possa eleger mais deputados. Agora não sei se ele estando na disputa irá se eleger. Existe uma rejeição muito grande no Brasil a ele.
Blog – Zé Reinaldo e Weverton Rocha: essa seria a chapa ideal para o grupo do governador garantir as duas vagas para o Senado?
Zé Reinaldo – Pra mim, com certeza, seria essa (risos).
Blog – O senhor se elegendo senador, ao fim do seu mandato, encerraria a carreira política?
Zé Reinaldo – Ah, sim, com certeza. Não teria mais interesse em disputar cargo eletivo. Após o mandato, ficaria apenas como consultor informal dos políticos mais jovens (risos).
Blog – Governador Zé Reinaldo, suas considerações finais ou mais alguma coisa que o senhor queira acrescentar…
Zé Reinaldo – Olha, a entrevista foi muito boa e completa. Eu sempre leio uns discursos do Eduardo Campos e gosto muito das falas sobre conciliação. Portanto, acho que brigas paroquiais não podem prejudicar projetos importantes para o Maranhão. A união é que precisa prevalecer.
“Olha, dívida depende de cada um. Mas isso que você disse é fato (risos). Eu sinceramente não sei o que ele pensa sobre isso. Em 2006, o Flávio me procurou, juntamente com o Sálvio, irmão dele, que era meu secretário, aliás um ótimo secretário, e me disse que estava acreditando no que estava acontecendo com a eleição do Jackson, com a força que eu estava dando para a candidatura do Jackson, e ele achou que era o momento dele contribuir e entrar na política. No entanto, disse que só entraria se tivesse o meu apoio. Eu disse a ele que o que nós queríamos era renovar a política do Maranhão e nada melhor do que uma pessoa como ele para personificar essa mudança. Cheguei a ponderar afirmando que ele era um juiz muito festejado, que teria todas as condições de chegar ao Supremo e perguntei se isso não era uma situação impeditiva para o sonho político dele. Ele me disse que realmente queria entrar na política, que poderia contribuir. E assim foi feito. De forma que o hoje governador Flávio percebeu o que estava acontecendo naquele momento e começou sua carreira política ali. Ele é uma decorrência daquele momento”.
“Eu acho que o Roberto foi muito precipitado. Ele podia ser hoje o candidato do Flávio imbatível para o governo. Não agora que o Flávio irá disputar a reeleição, mas no próximo pleito. Mas ele teve uma visão de se ombrear com o Flávio, competir com o Flávio e se colocar já como um candidato contra o Flávio. Eu acho que foi um erro enorme e até um ato de ingenuidade do Roberto. Todo mundo sabe que o Flávio fez tudo para eleger o Roberto senador, ao ponto de lagar a candidatura dele na reta final para se dedicar exclusivamente a arranjar votos para o Roberto. De forma que avalio como um erro cometido pelo Roberto”
“O povo maranhense tem apoiado o Flávio. Eu acho que ele está fazendo o máximo que se tem condições de fazer neste momento. Acho que ele faz um bom governo. Só o fato de estar pagando em dia o funcionalismo já é um grande passo. Conheço a realidade atual dos outros estados. Ele continua executando obras importantes. Acho que o Flávio tem feito tudo que pode e o melhor possível em um momento tão difícil da economia brasileira”
Blog do Glaucio Ericeira.