O IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), órgão do Governo Federal, anunciou na sexta-feira passada que a pandemia aumentou o percentual de lares sem renda do trabalho no Brasil e a recuperação do quadro não se completou. No segundo trimestre de 2021, a fatia de domicílios sem renda do trabalho foi de 28,5% – quase três em cada dez.
Isso significa que 46 milhões de pessoas sobreviviam em lares sem dinheiro obtido por meio de atividades profissionais. Nesses casos, o sustento vem de aposentadorias, pensões e programas sociais.
No quarto trimestre de 2019, a proporção era de 23,54%, ou 36,5 milhões de pessoas. Na crise, o total somou mais 9,5 milhões de pessoas. No segundo semestre, esse percentual chegou a atingir 31,56%, mas perdeu fôlego e caiu, embora siga muito alto. São dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios) Contínua do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na divisão dos domicílios, conforme a renda, encontramos: 28,5% sem renda do trabalho; 27,9% com renda muito baixa (menos de 1650,50 reais); 12% com renda baixa (entre 1.650,50 e 2.471,09 reais), ou seja, 63,4% da população. E, se somarmos a ela os de renda média baixa, entre 2.471,09 e 4.127,41, teremos mais 13,7 % de domicílios – o que no total chega a 77,1%, ou seja, mais de ¾ da população. E é essa população que é a mais afetada pela inflação, que chega a dez por cento, para eles. Agora, o governo por decreto criou um aumento sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) que, na prática, aumentará a inflação.
Esses são dados divulgados pelo governo, portanto sem contestação. A situação é muito grave atingindo a grande maioria da população.
Artigo do ex-governador José Reinaldo Tavares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário