Sabemos todos, que o que promove o desenvolvimento é o investimento, é esse investimento que traz empregos e renda. O investimento pode ser em transporte, incluindo portos, ferrovias, rodovias que se estiverem conectadas em um projeto logístico, de exportação para o exterior ou para atender a demanda interna, trarão enorme desenvolvimento, pois atrairão empresas e os empregos virão junto. Isso indica que tudo depende de estudos e planejamento bem feitos. Mas, não precisa ser só investimento em transporte. A infraestrutura pode ser nos setores de desenvolvimento social, como saneamento, assunto que precisamos urgentemente abordar, que além de trazer grandes investimentos empresariais, faz cair o gasto em saúde, é fundamental para o turismo, e beneficia sobremaneira as faixas mais pobres da população que vivem em áreas sem nenhum saneamento e até sem água potável. E trazem praias limpas para divertimento de todos. O investimento pode ser em habitação, em universidades, em laboratórios, em escolas e em educação, em inovação, e muito mais.
E o Maranhão pode crescer muito se tiver um planejamento abrangente, que leve em conta tudo isso e vá além.
Eu em um artigo passado, já lancei aqui a ideia de fazermos um planejamento para dobrar o nosso PIB em 10 anos, um grande desenvolvimento econômico e social, com diminuição da pobreza e aumento de empregos. Consultei Luís Fernando, Secretário de Estado de Programas Especiais que concordou, sob o olhar interessado de Carlos Brandão, o próximo governador, e no nosso grupo de trabalho da EMAP em que estudamos trazer industrias e o crescimento das cargas portuárias, aumentando a sua diversificação, recebi imediata concordância do professor Alan Kardec, que faz parte do Conselho de Administração da EMAP e do professor Leonardo Paucar, Professor Titular de Engenharia Elétrica na UFMA, e tem títulos de Mestre em Engenharia Elétrica pela Pontifícia Universidade Católica do Chile e Doutor em Engenharia Elétrica pela UNICAMP, além de muitos outros títulos e que de maneira voluntaria nos ajuda no grupo de trabalho da EMAP, sobre Hidrogênio Verde e Amônias Verde.
Ele disse não ter dúvidas que esse objetivo está ao nosso alcance mas enfatiza que é preciso que o PIB estadual cresça 7% ao ano, durante 7 anos para que o PIB dobre em dez anos. E, conceitua o Produto Interno Bruto- PIB, como o principal indicador utilizado para sinalizar que a economia está indo bem ou não. O PIB corresponde à soma do valor de todos os bens e serviços finais produzidos em uma determinada área geográfica, localidade, estado ou país, ao longo de um tempo específico, o qual geralmente é de um ano. Em teoria, quanto maior o PIB por pessoa, a qualidade de vida e o acesso a serviços de qualidade serão maiores, consequentemente o PIB é um termômetro da economia, diz o professor Paucar. É imperioso conseguirmos isso, pois assim mudamos de patamar como estado em busca de seu lugar entre os mais desenvolvidos do país.
E continua, “Nos últimos dez anos o PIB brasileiro aumentou 9,5% no acumulado. Se o PIB crescer 7% ao ano, em 10 anos o PIB será o dobro, esta pode ser uma meta para a economia do Estado no próximo decênio”.
A China teve seu pior crescimento em 2020, o PIB cresceu 2,3% enquanto todas as outras potências não tiveram crescimento do PIB. Desde os anos 1970 o PIB chinês aumentou mais de 9000% (90 vezes), no mesmo período o PIB dos EUA aumentou 800% (8 vezes).
E enfatiza que “o consumo de energia tem relação com o crescimento do PIB. O crescimento econômico está relacionado com um aumento do consumo de energia” encerra o professor.
Não há dúvidas que conseguir dobrar o PIB, crescendo por sete anos a uma taxa de 7% ao ano, não será tarefa fácil de conseguirmos. Mas, eu tenho absoluta certeza de que é possível e que o professor Leonardo Paucar está certíssimo em seu raciocínio. Repito, tenho certeza que podemos conseguir.
Sabem porque eu tenho tanta certeza? Porque já aconteceu o que o professor afirma ser possível aqui mesmo no Maranhão. E sabem quando? No meu governo. Eu sabia, mas precisava provar que eu não estou divagando, precisava demonstrar em números o que pode nos parecer quase impossível. Não é fácil, mas é possível, e vou mostrar claramente que não foi porque o crescimento do país ou do nordeste nos puxou. Fomos nós, que mesmo sem muita ajuda do governo federal, crescemos mais do que o governo federal e do que o nordeste em todos os anos do meu governo.
Mas, vamos aos números, tendo como fonte a publicação Indicadores de Conjuntura Econômica do Maranhão, pelo IMESC (Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos) órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Orçamento –SEPLAN do governo do Maranhão no 4º trimestre de 2009, após a cassação do governador Jackson Lago. E eu não tinha prestígio nenhum no governo, na época. Quero mostrar com isso a isenção dos dados.
Na página 16 do trabalho lá está um quadro que nos informa:
Evolução do PIB a preços de 2007-MA, NE e BR – Crescimento real anual e Participação do Maranhão no BR e no NE (%)
BR NE MA
2002 —- —– —–
2003 1,1 1,9 4,4
2004 5,7 6,5 9,0
2005 3,2 4,6 7,3
2006 4,0 4,8 5,0
2007 6,1 4,8 9,1
Média de 2002 a 2007 (%)
4,0 4,5 6,9
MA/BR 1,14 e MA/NE 8,77 fonte: IBGE
O nosso PIB em R$ milhões que era de 15,450 em 2002 chegou a 31.606 em 2007. Mais que dobrou.
Portanto dobramos o PIB do Maranhão em 6 anos, crescendo a 6,9 % ao ano, em média, confirmando a exatidão dos estudos do Professor Leonardo Paucar.
Eu tinha uma equipe de trabalho do mais alto nível, acima de muitas equipes de ministros de muitos governos, e se deve esse excepcional resultado a toda essa equipe que coube a mim administrar e gerir. Atuamos em todos os setores, conseguimos tudo isso fazendo um equilíbrio fiscal muito elogiado pela Secretaria do Tesouro Federal. Dobramos nossa arrecadação e assim trabalhando baseados em um orçamento verdadeiro, com controle rígido de despesas, através de uma política de empenhos descentralizada das secretarias, que nos permitiu investir muito na Educação, nos salários, na construção de conjuntos residenciais para a classe pobre, sistemas de água e sanitários em centros tecnológicos, no interior, em sistemas de saúde descentralizados, existentes nas próprias escolas, em obras e serviços escolhidas em votação pelas comunidades mais pobres, na Agricultura Familiar em assistência técnica em facilitação da obtenção de créditos do Pronaf, no esporte e em obras, entre tantas iniciativas de obras, muitas das quais fazendo repasses para as prefeituras que as executavam, enfim muito mais do que estou mostrando e no fim do governo, não deixando nem restos a pagar como era tradição no estado e nem dívidas e inovando ao não deixar nenhuma dívida para o meu sucessor. E 400 milhões em caixa.
Enfim, o professor está certo, não é fácil mas é possível. o resultado mostrado pelo IPEA foi de diminuição da pobreza de 52% para 27%, diminuição do analfabetismo, e diminuição da desigualdade social. O índice de Gini que era em 2001 de 0,659, caiu em 2005 para 0,486 melhor do que o do Brasil que era nesse ano de 0,552. Em 2006 fechou em 0,563.
Feliz Ano Novo!
Artigo escrito por José Reinaldo Tavares.